?Raves? ilegais na mira dos policiais da Aifu

As chamadas festas ?rave?, que invadiram as grandes cidades nos últimos anos, regadas com muitas bebidas e animadas com comprimidos de ectasy, finalmente estão na mira dos policiais da Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu). Na madrugada do último sábado a polícia acabou com uma festa, que pretendia reunir cerca de três mil pessoas, que estava sendo realizada na Chácara Lagoa, na Cidade Industrial (CIC). Nenhum tipo de droga foi apreendido, somente os equipamentos de som usados pelos DJs, avaliados em R$ 15 mil. Os promotores do evento – Dionatan Alves França, 24 anos, e Anderson Alves França, 29 -, foram detidos e levados ao Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac), instalado no 8.º Distrito Policial (Portão). Lá foi lavrado um termo circunstanciado pela contravenção de exercer atividade sem autorização do poder público.

Revolta

O encerramento da festa, que iria durar todo o fim de semana, revoltou os convidados. Eles demonstraram a indignação através de sites da internet, como Orkut, que reúne comunidades específicas de festas deste tipo. Além disso, os DJs contratados se revoltaram porque seus equipamentos foram confiscados. ?Só serão liberados se eles apresentarem notas fiscais?, avisou Clóvis Galvão, delegado que comandava o trabalho, juntamente com o tenente Olavo Vianei, da Polícia Militar.

Ecstasy

Tenente Vianei e delegado Galvão, de ?olho? em festas ilegais.

Galvão lembrou que, nos anos 70s houve um movimento que estimulava a prática sexual e o uso de droga (maconha), ao som do rock?n roll. Nos anos 80s as reuniões estimulavam o uso de cocaína. Agora acontecem as festas raves, para o consumo do ecstasy. ?Nestas festas são tocadas músicas para o consumo de ecstasy. A batida da música mecânica é a mesma do cérebro e do compasso cardíaco. A finalidade é essa?, salientou o delegado.

Ele disse que a intenção da Aifu não é coibir as festas, mas legalizá-las. ?Não são em todas as festas que há o consumo liberado de drogas. Alguns promotores de eventos contratam segurança para coibir o uso de entorpecentes e até nos pedem permissão e fiscalização. O grande problema é a clandestinidade. São pessoas que não pagam impostos e fazem a divulgação destes eventos através da internet?, comentou Galvão.

O tenente Olavo Vianei, da Polícia Militar, reforçou que o objetivo principal da fiscalização não é coibir as festas. ?A finalidade desse trabalho e fazer com que o empresário continue trabalhando dentro da Lei, ao mesmo tempo em que inibe os amadores. Uma festa com cinco mil convidados precisa atender os requisitos básicos como alvarás e as exigências do Corpo de Bombeiros, para que não ocorram tragédias, como já aconteceu em 2003, no Jockey Club de Curitiba, onde houve mortos e feridos?, acrescentou Vianei.

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