Quadrilha rouba fábrica da Trombini

Pelo menos R$ 600 mil foram levados do cofre da empresa de papel e celulose Trombini, no bairro Vista Alegre, durante assalto cinematográfico ocorrido na madrugada de ontem.

Depois de atravessar a ponte sobre o Rio Barigüi, render os seguranças e arrombar os cofres, a quadrilha, composta por cerca de 15 homens, fugiu com o dinheiro, que horas depois foi recuperado. Seis marginais foram presos em Cajati, interior de São Paulo. O mentor do assalto, Alecsandro Beli, 31 anos, e o chefe de segurança da empresa, Ivair Pereira de Araújo, 33, que forneceu os dados da empresa aos bandidos, foram presos em Araucária e Curitiba, respectivamente.

O assalto aconteceu por volta da 1h30, quando dois marginais renderam o segurança que estava na cabine situada na entrada pela Rua Ermelino Mariano Ribas, aproveitando a cerca de arame farpado ao lado do rio. Ele foi amarrado, amordaçado e trancado no banheiro. Um dos assaltantes vestiu a roupa do segurança e, junto com o comparsa, rendeu outros dois vigilantes que estavam no interior da fábrica. Os funcionários foram levados para o banheiro e também amarrados e amordaçados.

As armas deles foram tomadas pelos bandidos.

Com acesso liberado, outros 13 marginais invadiram a Trombini. Todos estavam fortemente armados com pistolas e escopetas. Munidos de ferramentas, como furadeiras e pés-de-cabra, eles foram direto para a sala onde estavam os dois cofres. De lá, levaram, pelo menos, R$ 426,5 mil e US$ 91 mil. Antes de fugir, a quadrilha ainda destruiu móveis da empresa. O bando escapou usando um Celta vermelho e dois veículos Astra.

Prisão

Por volta das 7h, os dois Astra foram parados pela Polícia Rodoviária Federal, em Cajati, interior de São Paulo. Ficaram presos Edmilson Souza Silva, 24; Maurício da Cruz, 35; Fábio Cordeiro de Oliveira, 26; Valdir Guedes de Jesus, 33; Antônio Renato da cruz, 29; e Leonardo Souza Oliveira, 22. O dinheiro foi encontrado escondido nas roupas dos bandidos e nas caixas de som, consoles e porta-malas dos veículos.

Ao conferir os antecedentes criminais do bando, os policiais descobriram que todos já tinham passagem por furto e roubo. Os seis confessaram o assalto praticado em Curitiba e foram levados para a delegacia de Cajati, onde a polícia paulista entrou em contato com a Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) de Curitiba.

Um indivíduo identificado por Paulo teria fugido no Celta vermelho, junto com outros assaltantes.

Bandido infiltrado na empresa

Próximo ao meio-dia, os policiais Henrique e Elzira, da DFR, e Pacheco e Lobato, da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas, prenderam Alecsandro e Ivair. De acordo com o delegado Marcus Vinícius Michelotto, Alecsandro já era investigado pela Delegacia de Estelionato desde novembro do ano passado, quando os policiais descobriram que ele planejava cometer um grande assalto em Curitiba. Ele foi detido na sua casa em Araucária, e apontado como o mentor do roubo e responsável por chamar os assaltantes paulistas.

Com a prisão de Alecsandro, os policiais descobriram que ele era amigo e vizinho de Ivair, chefe de segurança da Trombini, há seis meses. De acordo com o delegado Rubens Recalcatti, Ivair forneceu todas as informações para o vizinho planejar o assalto. Ele foi preso na Trombini, trabalhando normalmente. Nenhuma arma foi encontrada com os presos e, por isso, a polícia não descarta a possibilidade de haver um membro do bando em Curitiba, responsável por esconder o armamento. ?Os dois paranaenses não participaram efetivamente do roubo. Iriam receber parte do dinheiro mais tarde, porém, acredito que os assaltantes paulistas não iriam entregar a quantia prometida, uma vez que logo após o assalto fugiram para São Paulo?, finalizou o delegado Recalcatti.

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