Promotoria quer novo júri no Caso Evandro

A promotora Lúcia Inez Giacomitti Andrich, da 2.ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba, protocolou ontem no Tribunal de Justiça, recurso para anular o julgamento que absolveu Airton Bardelli dos Santos e Francisco Sérgio Cristofolini. O julgamento durou cinco dias e terminou na última segunda-feira.

Os réus foram acusados pelo Ministério Público de envolvimento na morte do garoto Evandro Ramos Caetano, durante um ritual de magia negra, em Guaratuba. Porém, o corpo de jurados entendeu que os réus eram inocentes e absolveu Cristofolini por seis votos a um, e Bardelli por cinco votos a dois.

Na petição, o Ministério Público alega que houve nulidades processuais no julgamento e a decisão contrariou as provas do processo, que indicam a participação dos réus no delito. De acordo com a assessoria do Ministério Público, o pedido será fundamentado detalhadamente quando os autos forem encaminhados à Promotoria. A assessoria lembrou ainda que o Tribunal de Justiça já anulou o julgamento de outras duas acusadas do mesmo crime, Celina e Beatriz Abagge, que foram absolvidas em 1998.

O advogado Matheus Gabriel Rodrigues de Almeida, defensor de Bardelli, argumentou que, no caso das Abagge, os jurados entenderam que o corpo não era do garoto Evandro e agora, o entendimento foi de que os acusados não participaram do ritual. "Eles jamais confessaram o delito. Havia diversas teses nos autos e o júri optou por uma das versões razoáveis", salientou. "É um mero exercício de petição da parte. O Ministério Público abusa do direito de peticionar", atacou Matheus.

"Se o Tribunal de Justiça anular o julgamento, ferirá a soberania dos veredictos, que está disposta na Constituição Federal", relatou. Ele avisou que se o Tribunal de Justiça reformar a decisão do corpo de jurados irá impetrar recurso no Supremo Tribunal Federal.

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