Prisão domiciliar para Bento Chimelli

O prefeito cassado de Rio Branco do Sul, Bento Ilceu Chimelli, teve decretada prisão domiciliar. A decisão foi tomada pelo juiz da comarca do município, Enéas de Souza Ferreira, e assinada na semana passada, dia 24. O motivo alegado pelos advogados de defesa e acatado pelo juiz, é que o político estaria em condição delicada de saúde. Procurado pela reportagem da Tribuna, o magistrado não quis comentar sua decisão. Havia dois mandados de prisão preventiva decretados contra Chimelli, que estava foragido desde 13 de dezembro de 2002.

Nem mesmo a polícia estava sabendo da suspensão da prisão preventiva. Quando soube que o político deveria se apresentar, na última terça-feira, no Fórum de Colombo, para uma audiência trabalhista, o delegado da Polícia Civil, Artur Zanon, foi com sua equipe até o local. Ao se identificar ao juiz, através dos advogados do político recebeu a notícia de que Chimelli estava adoentado, em sua residência, e que o mesmo havia sido beneficiado com a prisão domiciliar.

Mesmo enquanto estava foragido, Chimelli levava uma vida "normal". Era visto com freqüência no Mercado Municipal, em Curitiba, e moradores de Rio Branco do Sul atestavam que ele continuava na região.

Acusações

Chimelli, eleito em 2000 pelo PSC, teve seu mandato cassado em abril de 2003. Ele estaria envolvido em um esquema de desmanche de carros, assassinato, posse de armas de uso restrito da polícia e acusado de improbidade administrativa. Em dezembro de 2002, a PM apreendeu nove veículos com os chassis adulterados no pátio da empresa de Chimelli e na oficina da Prefeitura. Também foram encontradas peças de carros, armas e munição. Em Rio Branco do Sul, é acusado pela Câmara de Vereadores de ter desviado R$ 1 milhão da Prefeitura.

A acusação mais grave, porém, é do homicídio duplamente qualificado de João Ricardo Pinto Ferro, conhecido como "João Coró", que era diretor da Emprosul, empresa pública vinculada ao município de Rio Branco do Sul. Ele foi morto em 14 de junho de 2002, dentro da empresa, com dois tiros à queima-roupa na cabeça. Para tanto, Bento Chimelli teria entregado a Daniel Batista de França uma arma de sua propriedade. França, que prestava serviços para o prefeito cassado na empresa Cal Chimelli, já tinha condenação por roubo.

Em 2004, mais uma denúncia. Ele foi acusado de mandar seqüestrar Luiz Carlos de Aleluia, 19. O objetivo, de acordo com a vítima, era que seus pais, João Valdinir de Faria e Marlene de Aleluia Faria, que têm um programa na rádio local, parassem de noticiar denúncias contra o prefeito.

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