Presos suspeitos de assalto

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Com os irmãos Eduardo e Helon,
a polícia encontrou uma espingarda,
uma máscara e um toca-CD.

Dois suspeitos de envolvimento em assaltos contra taxistas foram presos na noite de segunda-feira, em Almirante Tamandaré. Os irmãos Helon Cristian Penteado da Luz, 24 anos, e Eduardo Penteado da Luz, 23, foram detidos por policiais militares em uma abordagem, quando estavam dentro de um táxi, contratando uma suposta corrida para a casa deles, situada no Parque São Jorge. Com Helon foi encontrado um malote, e dentro dele estavam uma espingarda, uma bataclava (gorro que deixa apenas os olhos à mostra) e um toca-CD. Ele foi autuado por porte ilegal de arma e receptação. Eduardo foi indiciado por co-autoria de receptação e deverá ser colocado em liberdade nas próximas horas.

Por motivo de segurança, os dois jovens não serão mantidos na delegacia de Almirante Tamandaré. Isso explica-se, principalmente, pelas manifestações realizadas pelos taxistas revoltados com a violência que vem atingindo a categoria nos últimos meses. "Não podemos correr risco e temos que manter a integridade dos detidos", explicou o policial civil "Tiquinho". O local para onde o preso será transferido também não foi divulgado.

Versão

Apesar de o material apreendido com Helon ser comprometedor, ele explicou rapidamente como obteve os objetos. Segundo disse, o toca-cd foi comprado de um homem conhecido por Anderson por R$ 80,00, nas proximidades do terminal do Cachoeira. Com esse mesmo rapaz foi pega a arma e o malote. "Peguei a arma emprestada para caçar no fim de semana. Ela estava guardada no malote e eu não sabia que dentro dele também tinha um gorro", explicou. Outro fator que complica a versão dada por Helon é sobre o suposto proprietário da mercadoria. O tal de Anderson é conhecido apenas "de passagem" pelo detido, mas mesmo assim houve confiança suficiente entre eles para o empréstimo de uma arma.

Os irmãos confessaram que não tinham a intenção de roubar o taxista que os levava para casa. "Tenho as mãos limpas. Nunca roubei taxista", comentou Helon. Eles disseram, também, que haviam explicado para o motorista do táxi que queriam ir para o (Parque) São Jorge e que dentro do malote que carregavam estava uma arma. Mesmo consciente do perigo, o taxista concordou em levá-los, conforme a versão apresentada.

Helon acredita que vai provar a sua inocência. "Trabalho como garçom e não devo nada", disse o detido, contando que já teve uma passagem por furto quando era menor, mas depois virou evangélico. Os irmãos deverão ser ouvidos nas próximas horas por policiais que investigam a morte do taxista Dorival Nogueira, 55 anos, assassinado com um tiro na testa na noite do último domingo. O corpo dele foi abandonado na Rua Luiz Nichelle, Umbará. O carro, uma Parati, foi levado pelos marginais e abandonado no Pinheirinho.

Motoristas protestam por assassinato de colega

Em protesto à morte do taxista Dorival Nogueira, 55 anos, assassinado na noite de domingo, cerca de 50 taxistas, além de amigos e parentes da vítima, reuniram-se na tarde de ontem em frente ao Palácio Iguaçu. A categoria reivindicou mais segurança, uma vez que este é o terceiro caso de assassinato de motorista de táxi registrado em pouco mais de um mês.

O cortejo dos carros que acompanhavam o caixão de Dorival saiu do Novo Mundo, passou pela Rodoferroviária, onde era o ponto do taxista, seguiu pela Prefeitura, e parou no Palácio Iguaçu. Depois de uma confusão generalizada, os taxistas conseguiram ser ouvidos pelo secretário-chefe da Casa Civil, Caíto Quintana, e pelo coronel Sílvio Santos de Moraes Sarmento, do Comando de Policiamento da Capital. Em seguida o cortejo seguiu até o Cemitério Santa Cândida, onde aconteceu o sepultamento.

Conversa

Durante a reunião os taxistas pediram mais segurança e providências por parte do governo do Estado para que possam trabalhar com tranqüilidade. Também pediram a ativação do antigo projeto de ligar a central de rádio dos taxistas com o telefone de emergência da polícia, 190, para que o atendimento da PM seja mais imediato em caso de necessidade.

Uma nova reunião foi marcada entre representantes da categoria e responsáveis pela segurança pública para a próxima segunda-feira. O objetivo será acertar os detalhes da comunicação direta com a polícia, além de discutir outras possíveis soluções para o problema.

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