Presos dois motoristas do IML de Curitiba

Dois motoristas do Instituto Médico-Legal (IML) da capital foram presos, no fim da noite de quinta-feira, acusados de tentar extorquir R$ 600,00 de uma família para encaminhar o corpo de uma senhora a uma funerária de Curitiba.

Detidos ainda no pátio do IML, Paulo Marcos Tissot, 36 anos, e Marcos José Camargo, 31, foram levados ao 1.º Distrito Policial (DP) e depois transferidos para o Centro de Triagem II, em Piraquara.

Os funcionários foram autuados e responderão processo por crime de concussão (extorsão cometida por funcionário público). A pena varia de dois a oito anos de prisão e os funcionários podem ser expulsos da corporação. ?Por volta das 22h, um filho e um amigo da família chegaram para pedir o serviço do IML. Uma equipe nossa saiu para buscar o corpo no Bacacheri e, passada meia hora, os parentes voltaram dizendo que não tinham os R$ 600 que os motoristas estavam exigindo para fazer o translado do corpo?, relatou o capitão da PM Willian Kuczynski. Os funcionários também teriam dito que se o corpo fosse mandado para o IML, a liberação seria demorada e que iriam ?abrir todo o corpo? da falecida. Se o caminho fosse pela funerária, o corpo sairia na hora e com atestado de óbito.

Questionados sobre a ação criminosa, os funcionários negaram ao capitão Kuczynski que teriam extorquido a família. ?Mas tempos depois eles afirmaram: ?Isso quem estava cobrando era a funerária?, o que mostrou a contradição deles?, completou o capitão.

O coronel da Polícia Militar (PM) Almir Porcides Júnior, interventor do IML, alerta que, em caso de abordagem de funerária no IML deve ser feita denúncia. ?Nós achamos que os motoristas podem ter sido cooptados por uma funerária e agora vamos descobrir qual é a empresa?, afirmou.

A versão dos presos é diferente. De acordo com o advogado Fábio Lima, que está defendendo Tissot, nenhum dos dois motoristas tentou extorquir a família. ?No depoimento do inquérito, os dois declararam que não foi pedido valor nenhum nem exigido nada da família. Eles apenas recomendaram que seria possível encaminhar o corpo a uma funerária, por se tratar de morte natural, o que seria mais rápido e custaria cerca de R$ 600?, declarou. O advogado entrou ontem com um pedido de relaxamento de prisão e, segundo Lima, eles podem ser soltos hoje.

Orientação

A atual direção do IML aproveita o fato para esclarecer que a partir do momento em que uma equipe do IML é acionada para levar o corpo para a necropsia, não cobra taxa alguma, já que se trata de um serviço público. Também não existe nenhuma funerária que seja indicada pelo Instituto.

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