Crime ambiental

Preso suspeito de tráfico de pássaros silvestres

Dezenas de gaiolas com passarinhos silvestres e armadilhas apreendidas na casa do vigilante Edvaldo Limies, 41 anos, ocupavam na tarde de hoje (15) o saguão do 13º Distrito Policial, no Tatuquara.

Ao ser preso, o suspeito de tráfico de pássaros silvestres tentou subornar os policiais em R$ 300 e, como se não bastasse o crime ambiental, foi autuado por corrupção ativa, cuja pena varia de dois a 12 anos.

Trinta e um passarinhos vivos e um morto de 10 espécies diferentes como sabiá coleira, trinca-ferro, sanhaço frade, canário belga, tico-tico, coleirinha e pintassilgo eram mantidos em condições precárias em gaiolas apertadas num corredor da residência de Edvaldo, no Vitória Régia Cidade Industrial de Curitiba.

O delegado Hertel Rehbein contou que os policiais receberam uma denúncia anônima e foram até o endereço do vigilante, na Rua Professor Fernando Carneiro, onde encontraram a coleção de aves. Logo na entrada da casa, os investigadores se depararam com algumas gaiolas.

Questionado sobre os pássaros, Edvaldo mostrou o registro do Ibama referente a 22 deles, alguns anilhados (com anéis). Porém, numa revista mais minuciosa, os policiais encontraram o restante das aves, inclusive um passarinho morto e filhotes de sabiás, além das armadilhas usadas na captura dos passarinhos.

Edvaldo foi preso e encaminhado à delegacia, onde na sala do chefe de investigação tirou do bolso e ofereceu R$ 300, tentando de livrar da prisão. ‘Se não oferecesse o suborno, ele seria responsabilizado por crime ambiental e liberado após assinar termo circunstanciado além de ter de pagar uma multa a ser definida pelo juiz‘, explicou o delegado.

A polícia suspeita que os pássaros eram vendidos a colecionadores e usados em torneios de canto, que rendem prêmios altos aos vencedores. ‘Ele alegou que era colecionador e gostava de ter os animais em casa, mas claro que ele está mentindo. Os pássaros estavam numa situação lastimável, sem água ou alimento, sem cuidado nenhum. São pássaros valiosos que não podem ser mantidos em cativeiro. Um trinca-ferro, por exemplo, pode valer R$ 2 mil‘, disse. Edvaldo alega ser apenas um colecionador. ‘Gosto de pássaros desde moleque. Nunca vendi nada‘, alega.

Policiais do Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde conduziram os passarinhos até o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Tijucas do Sul. ‘Eles serão examinados por veterinários, que decidirão quais serão soltos na natureza‘, explicou o cabo Valle.

O Ibama também será comunicado para confirmar o registro das aves. ‘Um pássaro mantido de forma inadequado já é suficiente para perder o registro. A multa para para cada pássaro é de R$ 500, pois não mantinha nenhum em extinção, cujo valor é de R$ 5.000‘, explicou.

Veja na galeria de fotos o passarinhos.