Preso homem que roubava equipamentos médicos

Um homem, que fingia ser técnico de manutenção para furtar equipamentos hospitalares, foi preso, na noite de segunda-feira, por policiais da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR).

Segundo a polícia, Edson Luiz da Cunha, 44 anos, se passava por técnico da Petrobras para enganar funcionários de hospitais e levar oxímetros (aparelho que mede o índice de oxigênio no sangue), cilindros de oxigênio, remédios e outros aparelhos. O material era vendido no mercado paralelo.

As investigações da DFR apontaram que Edson morava sozinho numa pensão, na Rua Barão do Rio Branco, centro, onde foi preso. “Ele furtava um oxímetro que vale em torno de R$ 10 mil e vendia por R$ 120”, disse o delegado Silvan Rodney Pereira, titular da DFR.

Receptação

Um dos aparelhos foi localizado numa clínica veterinária da capital e, no momento em que os policiais chegaram, um cachorro era operado. “A contratação de pessoas sem credenciamento e da compra do equipamento com diferença de preço do produto caracteriza má-fé”, explicou o delegado.

Além do oxímetro, a polícia também recuperou alguns cilindros de oxigênio, num estabelecimento que vende equipamentos hospitalares. Os responsáveis pela clínica e pela loja, segundo o delegado, serão indiciados em inquérito por receptação.

Dúvidas

O delegado disse que não é possível apurar ainda quantos furtos Edson cometeu. Pelo menos três casos foram registrados no Hospital Cajuru. “Há vários boletins de ocorrência na delegacia”, disse Silvan. Edson tinha contra si dois mandados de prisão preventiva, por furto e porte ilegal de arma de fogo, e agora vai responder por furto mediante fraude.

Ao ser apresentado ontem à imprensa, Edson cobria o rosto com as mãos e afirmou que nunca trabalhou na Petrobrás. “Não tenho nada a declarar. Nem tenho advogado”, disse.

Divulgação/DFR
Suspeito foi flagrado levando um oxímetro.

Uniforme e crachá

Conforme a polícia, Edson agia há cerca de um ano, em pelo menos quatro hospitais: Cajuru, Santa Casa, Hospital das Nações e Casa de Saúde Paciornik. Sempre bem vestido, ele foi flagrado pelas câmeras circuito interno de segurança de um dos hospitais, levando um oxímetro.

Segundo o delegado, Edson telefonava para os hospitais e enganava os funcionários, alegando que precisava levar o aparelho para o conserto ou que a empresa (a Petrobras) necessitava do equipamento.

“Ele dizia que ia mandar um funcionário para pegar o equipamento e, depois, ele ia pessoalmente até o hospital”, contou o delegado. Para dar credibilidade ao golpe e não causar desconfiança, usava jaleco com a marca da Petrobras e um crachá.

Amigos

Para chegar ao hospital, Edson ludibriava amigos. “Ele pedia para o colega estacionar o carro na frente do hospital, porque precisava pegar uns documentos. Ele voltava, colocava os equipamentos dentro do carro e a pessoa nem percebia”, descreveu Silvan.