Referência no crime

Preso ‘Gaúcho”, o mago das adulterações de veículos roubados

Foram dois meses de investigações para a polícia conseguir encontrar um dos maiores adulteradores de veículos do sul do país. De acordo com a Delegacia Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), de Curitiba, Marcelo Porto Jardim, mais conhecido como “Gaúcho”, de 32 anos, que já tem um passado sujo está de novo atrás das grades desde à tarde da última segunda-feira (14).

A ação policial também resultou na prisão de mais duas pessoas em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Emerson Danielski, 33 anos e Antonio Carlos Nunes Júnior, 24 anos, foram flagrados com duas caminhonetes roubadas, no momento em que estavam sendo adulteradas, conforme informou a DFRV.

Os policiais buscavam por “Gaúcho”, que é investigado desde 2013, quando foi detido com quatro veículos roubados, todos adulterados. “Já em outubro deste ano, em liberdade usando tornozeleira eletrônica, foi preso novamente pela nossa equipe, por receptação e adulteração de veículo roubado”, disse o delegado Cassiano Aufiero.

Apesar de preso várias vezes, inclusive no Rio Grande do Sul, de onde o homem veio depois de um tempo preso por matar uma vítima durante um assalto – conforme informou o delegado, o rapaz sempre acaba em liberdade. “Na última vez em que ele foi preso, em Curitiba, por exemplo, ele foi solto pela Justiça cinco dias depois”. 

Marcelo era bastante requisitado.

Especialista

Por causa do passado sujo, os policiais já sabiam que em algum momento encontrariam Gaúcho de novo e, depois de um bom tempo de investigação, conseguiram. A demora se deu porque o homem, de acordo com o delegado, é esperto e mudava de endereço, praticamente, a cada 15 dias.

“Temos informações de que ele é extremamente requisitado por receptadores, uma vez que faz perfeitas adulterações”, disse o delegado. Dessa vez, a equipe da DFRV conseguiu encontrar também diversos materiais utilizados para a adulteração dos veículos como ferramentas, etiquetas veiculares falsas, gabarito para a confecção de chassi, além de placas e documentos falsos.

Para o delegado, não está descartada a possibilidade de que “gente grande” esteja envolvida no esquema feito por Gaúcho. Isso porque para que ele conseguisse fazer a adulteração, ele conseguia dados específicos como números de chassis de carros semelhantes aos que ele tinha em mãos. “Ele adulterava de maneira tão perfeita, que dificilmente seria descoberto se o veículo fosse abordado”.

Por conta das várias desconfianças a respeito de quem mais pode estar envolvido no esquema, as investigações continuam. A polícia tem objetivo ainda de identificar os receptadores que faziam a encomenda dos veículos e também os bandidos que eram responsáveis pelos assaltos.

Os três presos autuados por receptação, associação criminosa e adulteração de sinal identificador de veículo automotor. Gaúcho também foi autuado por uso de documento falso. Os dois carros encontrados com eles devem ser devolvidos aos proprietários, mas depois de um trabalho intenso da polícia para recuperar os chassis verdadeiros. A Saveiro foi roubada no dia 25 de novembro deste ano, no Bairro Novo. Já uma Mitsubishi L200, foi levada no dia 3 de dezembro, no bairro Hugo Lange. 

Equipe localizou diversos materiais utilizados para a adulteração dos veículos