Presa por vender linha fantasma

Acusada de vender linhas telefônicas e não entregá-las, Jeanete Luciana Zilli Guimarães, 44 anos, foi presa por policiais de São José dos Pinhais. Na casa dela, no bairro Santa Cândida, foram apreendidos mais de 250 contratos de vendas de telefones, cópias de documentos das vítimas, uma agenda, anúncios de vendas de telefones e computadores, além de uma pasta com diversas multas de trânsito.

O delegado Paulo Silveira, titular da DP de São José dos Pinhais, informou que um casal procurou a delegacia e contou que viu um anúncio em um jornal de grande circulação sobre vendas de linhas telefônicas pelo valor de R$ 70,00. As vítimas entraram em contato através do telefone anunciado e, após fornecerem seus dados, um motoboy levou o contrato para que eles assinassem e entregasse a quantia de R$ 70,00 referente a compra, mais taxa de R$ 10,00.

Porém, a linha telefônica não foi instalada. ?Durante as investigações chegamos até o motoboy?, disse o delegado. Ouvido na delegacia, o rapaz informou que foi contratado para receber os valores e, a cada entrega, recebia R$ 10,00. Através dele, os policiais descobriram o endereço de Jeanete. Na quarta-feira, os investigadores Marili, Tadeu, Edmilson e Jorge foram até a residência da acusada, na Rua Edmundo Alberto Mercer, e efetuaram a prisão.

Investigações

O delegado disse que as investigações continuam para descobrir vítimas de Jeanete e se há registros de ocorrências semelhantes em outras delegacias de Curitiba e Região Metropolitana. Ontem, Jeanete foi removida para o xadrez da Delegacia de Quatro Barras, que possui carceragem feminina. ?Continuamos os trabalhos para identificar e prender outras pessoas que estavam agindo com esta mulher.

Não haverá impunidade?, salientou Silveira. Ele disse que as vítimas que foram lesadas por Jeanete devem entrar em contato através do telefone 3283-5868.

Até recursos de multas de trânsito

Ao chegarem à moradia, os policiais encontraram o contrato social da empresa Contactel, que tinha endereço fictício em Colombo, e, além de Jeanete, tinha como sócio um homem chamado Fausto, que está sendo procurado pela polícia. ?Ficamos impressionados com a quantidade de contratos de pessoas de São José dos Pinhais, Curitiba, Pinhais e Fazenda Rio Grande?, disse o delegado. Através dos contratos, os policiais apuraram que a mulher estava agindo desde 1998. ?Temos contratos assinados com esta data?, comentou Silveira. Ele disse que com a mulher também foram apreendidos cadernos de anotações com nomes de pessoas, endereços, rendas e locais onde deveria ser instalada a linha telefônica. ?Para conseguir convencer as vítimas, ela mostrava contas de linhas telefônicas que ela mantinha?, explicou o chefe de investigação da delegacia, Altair Ferreira.

Altair disse que também foi localizada na casa de Jeanete uma caixa de documentos contendo diversas multas de trânsito, cópias de carteiras de habilitação e recibos. ?Ela cobrava R$ 30,00 para fazer a defesa junto aos órgãos, mas acreditamos que não a fazia, pois toda a documentação foi apreendida e não havia cópias de recursos?, contou Altair.

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