Por ciúme, mata mulher e se suicida no banheiro de casa

?Eu quero ver a minha mãe. Por que meu pai matou ela e não eu?? (sic), dizia o garotinho de 4 anos, enquanto segurava as grades do portão da casa dele, na Rua Adelar Anastácio de Almeida, em Araucária. Dentro do banheiro estava o corpo da mãe, Tânia Gomes Soares Leite, 26, assassinada com pelo menos quatro tiros, e o do pai, José Valmor Soares Leite, 46, que cometeu suicídio depois de matar a mulher.

O crime aconteceu por volta das 15h de ontem, quando Tânia foi tomar banho para
ir à igreja. Transtornado pelo ciúme, sem chamar a atenção da sogra e dos dois filhos, de 4 anos e 1 ano e 3 meses, Valmor apanhou seu revólver e entrou no cômodo. De repente, a mãe de Tânia ouviu os gritos de socorro da filha. Ela apanhou os netos e correu para pedir ajuda aos vizinhos. Antes de chegar no portão, os três ouviram os tiros ecoarem de dentro da casa.

As crianças ficaram com os vizinhos, enquanto socorristas do Siate tentavam salvar o casal. Eles arrombaram a porta do banheiro, mas encontraram ambos mortos. Valmor estava caído sobre o vaso sanitário, com um tiro na boca. A mulher dele estava nua, baleada no peito e na cabeça.

Órfãos

Ao ver a filha morta, a mãe dela passou mal e foi hospitalizada. O filho menor do casal, ainda de fraldas, não entendia o movimento dos carros na rua. Já o garoto de 4 anos, agarrado no portão, tentava entrar na casa enquanto os corpos dos pais eram colocados na viatura do Instituto Médico-Legal. ?Porque meu pai matou minha mãe? Ele não gostava de mim, devia ter me matado?, dizia o garoto, que segundo os vizinhos era tratado com muita rispidez pelo pai. De acordo com os vizinhos, Valmor não dava atenção aos filhos e era um homem bastante agressivo.

Segundo relatos da mãe de Tânia a de algumas amigas, na manhã de ontem a filha percebeu que o revólver calibre 38, pertencente ao marido, não estava no lugar. Assustada, ela foi até um telefone público para pedir que os pais dele o aconselhassem. Ela não chegou a fazer a ligação e voltou para casa. Na noite anterior, o casal foi ao jantar da empresa onde Tânia trabalhava como estagiária em segurança do trabalho. ?Na semana passada ela já tinha dito que queria separar-se, mas ele não aceitou. Para mim, ele premeditou o crime. Pegou a arma e esperou o momento certo para matá-la?, disse uma das vizinhas.

Valmor era funcionário terceirizado da Petrobras e todos os parentes dele moram no Rio Grande do Sul. Tânia era filha única e o pai falecera há dois meses. As crianças ficarão na casa de amigos, enquanto a avó permanecer hospitalizada.

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