Policiais presos por agredirem dentista

Quatro policiais militares, lotados na 5.ª Companhia de Almirante Tamandaré, foram presos na noite de quarta-feira, acusados de terem agredido um dentista durante uma abordagem. As informações são de que as agressões ocorreram depois que o homem já estava algemado e controlado pela polícia.

O rapaz teria recebido, também, uma coronhada na cabeça.

De acordo com o tenente-coronel Scheremeta, comandante do 17.º Batalhão da PM, a ação aconteceu depois que o dentista cometeu uma infração de trânsito. ?Ele havia saído de seu consultório e, junto com sua mãe, voltava para casa. Após uma manobra brusca, os policiais o abordaram e houve discussão?, contou Scheremeta. Algemado e detido por desacato à autoridade, o dentista foi levado, de camburão, até a companhia, onde foi lavrado termo circunstanciado.

Em seguida, a família entrou em contato com algumas autoridades, que acionaram Scheremeta. ?Fui até o local, conversei com a vítima, com as testemunhas, com os policiais, e concluí que houve excesso na abordagem. A partir disso, o comandante deles, de Almirante Tamandaré, deu voz de prisão aos policiais.? Presos em flagrante, os acusados irão permanecer recolhidos na sede do 17.º Batalhão, à espera de decisão judicial.

De acordo com Scheremeta, o policial tem técnica da abordagem e sabe como imobilizar e algemar.

?Quando passa disso, vira violência?, afirmou. Segundo ele, a abordagem começou com três policiais que, mais tarde, chamaram apoio de mais dois. ?Precisa de cinco policiais para dominar uma pessoa sem arma??, indagou o tenente-coronel. Porém, Scheremeta lembrou que quem irá julgar o caso será um juiz de direito.

?O rapaz fez exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal e o poder judiciário é que vai analisar se existe relação entre a lesão e a ação dos policiais?, explicou.

Na manhã de ontem, surgiu a informação de que o pai do dentista seria amigo de autoridades do governo.

?É bom esclarecer que eles foram presos pelo crime cometido e não a pedido de autoridades?, concluiu.

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