A Delegacia de Homicídios (DH) de Curitiba deve abrir inquérito para apurar a morte de um interno do Hospital Psiquiátrico Nossa Senhora da Luz, no Prado Velho. Com ferimentos pelo corpo, Orlando Francelino da Silva, de 53 anos, deu entrada em 27 de agosto no Hospital Cajuru, onde morreu na madrugada de ontem. O estabelecimento que abrigava o paciente alegou que houve uma queda, mas a família suspeita de agressão.
Segundo a irmã de Orlando, Maria Dambiski, 60, e a sobrinha Azauri Teixeira, Orlando era depressivo e estava há 17 anos no Hospital Nossa Senhora da Luz, alternando entre períodos em casa e outros de internamento. Conversava, se locomovia normalmente e era pacífico e retraído, segundo as parentes.
Em 27 de agosto, uma quarta-feira, a família soube que Orlando feriu-se e foi encaminhado ao Cajuru. “Ele não falava, tinha o rosto deformado, costela quebrada e hematomas por todo o corpo. Não pareciam ferimentos de uma queda livre, como nos informaram”, disse a sobrinha. “O hospital não disse como ocorreu esta queda”, acrescentou a irmã.
A denúncia foi levada à DH, que deve se posicionar após a causa da morte ser determinada pelo exame de necropsia. O Instituto Médico Legal (IML) tem 30 dias para entregar o laudo.
De acordo com o diretor do Nossa Senhora da Luz, Dagoberto Requião, devido ao quadro clínico do internado ele constantemente caía, mas sem gravidade. No dia em que foi encaminhado ao Cajuru, Orlando havia caído durante o jantar e batido a cabeça. À noite, foi levado a enfermaria onde tombou novamente, ocasião em que ocorreram os ferimentos.
“Não há relato de outros pacientes sobre a ocorrência de agressão”, disse o diretor. “Se algo do gênero tivesse ocorrido, com certeza, teríamos sido comunicados por outros internos.” Dagoberto Requião esclareceu ainda que em casos de suspeita de agressão, o hospital é obrigado a fazer um documento à Promotoria de Defesa do Doente Mental, que é um órgão fiscalizador. O diretor se colocou a disposição de familiares e da polícia para qualquer esclarecimento que se fizer necessário.