Policiais ficam sete horas para encaminhar bandido

Policiais militares passaram sete horas para encaminhar um arrombador, preso às 2h de ontem. No Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac-Sul) a fila era muito grande e não deu tempo para o plantão atendê-los e no distrito da área, só começava a receber detidos às 9h.

Uma escola de mergulho no São Francisco, perto do Largo da Ordem, foi invadida e o alarme disparou. Vigilantes foram até o local e encontraram no pátio Luiz Felipe Venturini, 18 anos, carregando uma mochila com celulares e aparelhos eletrônicos furtados. Os seguranças seguraram o suspeito até a chegada do soldado Bueno e do sargento Gabardo, do 12.´ Batalhão da PM, que encaminharam o detido até o Ciac-Sul, no Portão, onde chegaram por volta das 3h.

Peregrinação

Outras equipes da PM entregavam seus presos à Polícia Civil e os policiais aguardaram sua vez até as 6h30, quando acabou o plantão do Ciac. A equipe foi então até o 3.´ Distrito Policial, nas Mercês, responsável pela área onde aconteceu o furto, para tentar entregar Luiz Felipe.

O Distrito, entretanto, só abre 8h30, e o delegado e o escrivão registrariam a ocorrência só depois das 9h. A equipe policial, acompanhada do segurança e do proprietário da empresa, só voltaram para casa depois das 10h. O encerramento do expediente do vigilante era às 6h, e dos policiais, às 7h.

Mesmo cansados, os policiais não culparam as delegacias, que funcionaram durante o horário padrão. Com a divulgação do caso, eles têm medo de retaliações, e acreditam que serão transferidos para um batalhão distante, mesmo sabendo que cumpriram corretamente sua função e que a culpa da demora é, na verdade, do “sistema”.

Reincidente

Luiz Felipe, desde que completou a maioridade, já foi preso oito vezes por furto e roubo. Ele foi solto na terça-feira da semana passada.