Polícia Federal prende ladrões de banco

A Polícia Federal prendeu 51 pessoas acusadas de integrar uma quadrilha especializada em furtos e roubos de caixas eletrônicos em vários estados do Brasil. Seis pessoas foram presas no Paraná.

A ação, comandada pela Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio (Delepat), representou a segunda fase da Operação Terminal, que em novembro no ano passado já havia retirado nove criminosos de circulação.

As prisões aconteceram em cinco estados. Entre os detidos estão marginais de alta periculosidade, autores de homicídio e latrocínio (roubo com morte). Os detidos deverão responder por furto, roubo, porte ilegal de armas, formação de quadrilha e homicídio.

O delegado-chefe da Delepat, Ramon Almeida da Silva, explicou que as investigações iniciaram em Curitiba, a partir de oito crimes cometidos no Paraná, em agosto de 2008.

Suspeitos foram identificados e, por meio do cruzamento de informações, chegou-se à conclusão de que não eram casos isolados, mas crimes praticados por uma quadrilha especializada, de âmbito nacional.

“O grupo demonstra elevado nível de organização, com estrutura hierarquizada articulada em torno de três lideranças e células espalhadas por todo o País”, declarou o delegado. Segundo o delegado, entre os integrantes da quadrilha havia membros do médio escalão do PCC e um policial militar.

Pela manhã, tinham sido presas 49 pessoas. Durante a tarde, foram outras duas. Uma delas é um fugitivo, preso próximo a Campina Grande do Sul. Para conseguir detê-lo, a polícia atirou no tanque de gasolina do carro que ele dirigia. Além dele, um vigia foi preso na cidade de São Paulo.

A quadrilha é violenta. Uma das vítimas mortas era uma pessoa que passava pela calçada e viu a ação dos marginais, num dos roubos a caixas eletrônicos. Para não ter testemunha, foi executado no meio da rua.

Conforme apurado pela polícia, o comando seria paranaense e os integrantes se revezavam na prática dos crimes. Formavam grupos de 5 a 8 indivíduos e partilhavam o valor obtido.

Na maioria das vezes, usavam maçaricos ou furadeiras para abrir buracos nas máquinas e retirar o dinheiro. “Porém, em alguns casos, se utilizavam de um programa eletrônico bem desenvolvido que emitia um sinal pirata para que a máquina expelisse todas as cédulas do caixa”, ressaltou Ramon.

Agiam sempre de madrugada, quando não havia vigilância e não se restringiam a invadir apenas agências bancárias. “Também roubavam máquinas de postos de combustíveis, terminais de ônibus e outros lugares onde havia caixas”, acrescentou. Para dificultar as investigações, os bandidos migravam de um estado para outro após os assaltos.

Pelos cálculos do delegado, de setembro de 2008 até maio deste ano, mais de 45 crimes foram cometidos pela quadrilha. “A estimativa é de que R$ 4 milhões foram subtraídos nesse período, além do prejuízo de cerca de R$ 3 milhões resultante do arrombamento dos caixas eletrônicos”, detalhou.

Prisões

Na manhã de ontem, além das prisões foram cumpridos 36 mandados de busca e apreensão, no Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Outras cinco pessoas foram detidas em flagrante.

Foram apreendidos instrumentos usados nos crimes – como maçaricos e armas – e cerca de R$ 82 mil em dinheiro. Na lista também estão onze veículos, entre eles um caminhão e três motos.

Entre o material, está uma ferramenta hidráulica de alta precisão usada para arrombar cofres. Além dos produtos, foi identificado imóveis e outros bens suspeitos de terem sido adquiridos com a atividade ilícita pela quadrilha.