Depois de sofrer um seqüestro relâmpago, junto com sua namorada, um policial militar lotado no Batalhão de Trânsito (BPTran), baleou e matou dois assaltantes. O seqüestro começou por volta das 23h15 de segunda-feira, e terminou pouco mais de uma hora depois, na Estrada do Tietê, na localidade de Lavrinha, zona rural de Fazenda Rio Grande. Na manhã de ontem, o PM se apresentou na delegacia do município e também ao comando do BPTran.
O nome do soldado está sendo mantido em sigilo. Segundo suas declarações ao comandante do BPTran em exercício, major Chehade, ele estava dentro de seu veículo particular, um Gol, em companhia da namorada, próximo ao Bosque Gutierrez, na Vista Alegre. Por volta das 23h15, dois marginais abordaram o casal com uma pistola e deram voz de assalto. Quando o soldado passou a carteira aos marginais, os assaltantes logo descobriram tratar-se de um policial militar. Por conta disso, disseram que iam executá-lo.
Os bandidos colocaram o casal no banco detrás e assumiram as posições dianteiras do Gol. O grupo ficou rodando com o carro por mais de uma hora, pela região metropolitana, até chegarem na Estrada do Tietê, que liga os municípios de Araucária e Fazenda Rio Grande. Um dos bandidos recebeu uma ligação para encontrar outro veículo, não identificado, que acobertava o assalto. Quando o marginal deu um ?cavalo-de-pau?, para mudar de rumo, o soldado viu a chance de sacar sua pistola ponto 40, pertencente à PM – até então não encontrada pelos marginais – e atirar. ?Como ele sabia que ia ser executado, agiu em legítima defesa?, contou Chehade.
Quando o policial atirou, o veículo que dava cobertura aos assaltantes veio em direção ao Gol e houve troca de tiros. Porém, logo o veículo desconhecido desistiu e foi embora. O soldado retirou os dois cadáveres de seu carro e fugiu com a namorada.
Pela manhã, apresentou-se às autoridades policiais.
Os marginais, que estavam sem identificação, foram reconhecidos oficialmente por familiares no início da manhã de ontem, no Instituto Médico-Legal (IML). Trata-se de Fernando Augusto Castanho, 23 anos, morador em Fazenda Rio Grande, e Luciano Pereira da Silva, 18, morador no Jardim Santa Rita, Tatuquara. Abalada, a mãe de Fernando disse que seu filho já tinha sido preso uma vez, há cerca de cinco anos, e pagou por um crime que não cometeu sozinho. O delito teria sido um roubo de carro.
O major Chehade informou que não será aberto nenhum procedimento policial militar para averiguar a situação. O caso deverá ser investigado, somente, através de inquérito na Polícia Civil. ?Como ele estava de folga, não se trata de crime militar.
As investigações ficarão por conta apenas da delegacia?, finalizou o major.