Transporte público

PM diz que não considera arrastões em ônibus como problema de segurança

A Polícia Militar do Paraná (PM-PR) disse, na manhã desta sexta-feira (6), que não considera os arrastões nos ônibus de Curitiba como um problema de segurança. A afirmação foi feita pelo coronel Péricles de Matos, durante entrevista concedida à imprensa para informar sobre os trabalhos que vêm sendo feitos pela corporação na tentativa coibir crimes no transporte público, principalmente as invasões. Nesta quinta (5), levantamento divulgado pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) mostrou que a média de usuários que “furam a catraca” (usam o transporte sem pagar tarifa) na capital é de 3.252 pessoas por dia, gerando um prejuízo mensal de R$ 300 mil por mês.

“Arrastão não [considero como um problema de segurança em Curitiba]. Até porque só teve um caso. Estou mais preocupado com a questão dos ‘fura catracas’, que tem um espectro maior, e a questão dos furtos e dos roubos dentro dos terminais”, disse o coronel.

Embora a PM afirme a existência de um único caso de arrastão em “ao longo de anos em Curitiba”, pelo menos cinco casos chegaram a ser noticiados apenas do último mês de junho pra cá. A prática tem causado pânico entre os passageiros. Reportagem publicada pela Gazeta do Povo há menos de um mês mostra que entre janeiro e 29 de setembro de ano, foram mais de dois mil assalto a estações-tubo.

“Aquele furto que ocorre dentro do ônibus é enquadrado como outro tipo de crime, que é o furto ou roubo. Agora essa situação [de arrastão] tivemos um episódio ao longo de anos em Curitiba”, justificou o coronel. “O que acontece é que o cidadão não sabe separar, mas nós temos que separar as modalidades criminosas para dar uma tipificação exata”.

O último caso de arrastão em Curitiba de que se tem notícia formal até o momento, e não contabilizado pela PM, ocorreu no dia 29 de outubro, no interior de um ônibus da linha Parque Industrial. Segundo informações da empresa na época, uma dupla obrigou o motorista do veículo a alterar o trajeto do ônibus e depois assaltou condutor, cobrador e passageiros.

No começo de outubro, um dos motoristas da linha Campo Comprido-Capão Raso chegou a ser esfaqueado ao tentar se esquivar da agressão de um assaltante. O único caso considerado polícia foi no dia 24 de setembro, quando criminosos renderam o condutor e o obrigaram a mudar o trajeto da linha Fazenda Rio Grande-Pinheirinho. Aproximadamente 110 passageiros estariam no ônibus.

Operação tem mais de 60 presos

Segundo a Polícia Militar, o saldo de presos em operações feitas para combater a prática de crimes no transporte coletivo de Curitiba já é de 65. As detenções ocorreram ao longo do último ano.

Além de trabalhos em cima de georreferenciamento e policiamento ostensivo, com uso de imagens captadas por câmeras e presença física de policias nos arredores dos pontos, estações e terminais, a PM ressalta que tem realizado serviços constantes junto à Guarda Municipal (GM) de Curitiba.

“[Os trabalhos da PM e da GM] são sinérgicos. Tentamos harmonizar os esforços através do gabinete de gestão integrada da prefeitura, através dos desdobramentos com os representantes das regionais da guarda municipal e dos comandantes dos batalhões”, explicou o coronel, para quem o problema dos crimes nos ônibus capital são motivados pelo “contexto social”.

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