A Polícia Federal (PF) de Curitiba prendeu, na manhã de ontem, o médico cirurgião Luis Lauro Lacks, na cidade da Lapa. Acusado de falsificar guias de internamentos e cobrar por cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que devem ser feitas de graça, Lacks foi surpreendido pela polícia em sua residência, no que a PF denominou Operação Hipócrates (o juramento que os médicos fazem ao ingressar na profissão).
Médico bastante conhecido e respeitado na região, Luis Lauro, segundo a PF, atendia em sua clínica particular e, em casos que necessitasse cirurgia, encaminhava o paciente para hospitais. O médico, que já respondia a procedimento administrativo instaurado pelo hospital público em que trabalhava, negou as acusações. Ele estava afastado do hospital desde abril, mas continuava trabalhando em uma clínica particular.
Mesmo com os procedimentos sendo pagos pelo SUS, ele cobrava entre R$ 500 e R$ 700 de seus pacientes. A polícia chegou ao médico mediante denúncias de pacientes e do diretor do Hospital São Sebastião, Antônio José Lemos, que desconfiou do médico.
O médico é acusado de corrupção, concussão (conseguir vantagem indevida para si ou para terceiros, através de sua profissão), falsidade ideológica e coação. Foram apreendidos com ele documentos, comprovantes de depósitos bancários, duas armas e um livro de registro de consultas e cirurgias. Na chegada à sede da superintendência da PF, o médico concedeu rápida entrevista à rádio CBN. ?Isso é uma calúnia, mas vai ser provada a minha inocência?, alegou. Lacks tem 55 anos, é natural do Rio Grande do Sul e médico formado desde 1976. Ele está detido em prisão preventiva na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde permanecerá durante o tempo necessário para o curso das investigações.