Pesos e medidas dependem da repercussão na população

Em janeiro de 2011, a Polícia Civil se viu às voltas com uma série de crimes que chamou a atenção dos curitibanos. Vários assassinatos foram cometidos em um curto período no Boqueirão. O caso ganhou manchetes e os policiais se sentiram pressionados a dar respostas. Em 29 de janeiro, um documento anexado ao inquérito afirma: “Diante da repercussão do caso na imprensa, expeça-se nova ordem de serviço visando ao levantamento de testemunhas ainda não ouvidas”.

Declarações que comprovem que a polícia dá mais atenção a alguns casos são raras. Mas, analisando os inquéritos, é possível perceber que se trata de uma realidade. Enquanto alguns casos ficam sem testemunhas, outros têm mais de 20 pessoas ouvidas.

Empresário

Duas histórias que ocorreram ao mesmo tempo ilustram isso. O empresário L.H.W. foi assassinado em 15 de janeiro de 2012 no Portão. Um dia antes, o ex-presidiário L.F.B. havia sido morto no Cajuru. O caso ocorrido no Portão teve 19 depoimentos colhidos. Além disso, a polícia solicitou informações de radares da região, imagens de câmeras de segurança, periciou o celular da vítima e fez exame de balística.

O caso do Cajuru teve três testemunhas e nenhuma prova técnica. Já o inquérito das mortes em série no Boqueirão continua em aberto, sem solução.