“Pente-fino” em xadrez acha serras e celulares

Em uma operação “pente-fino” realizada na carceragem da delegacia de São José dos Pinhais, policiais encontraram grande quantidade de estiletes, pedaços de madeira e ferro – que eram utilizados como armas e para cavar buracos -, projéteis de pistola 380 e dois telefones celulares, além de um carregador para os aparelhos. A vistoria teve início na última terça-feira, logo após o sistema elétrico do prédio – danificado durante a rebelião ocorrida no último domingo – ser consertado.

De acordo com o superintendente Altair Ferreira, o “Taíco”, foram as constantes reclamações de familiares de presos sobre o tratamento a que eles eram submetidos que incentivou a polícia a realizar o “pente-fino”. “Queríamos saber como os parentes dos presos possuíam tantas informações sobre procedimentos internos da delegacia. As informações só poderiam estar sendo passadas daqui de dentro”, explicou.

Inspeção

Cada uma das celas e o solário foram inspecionados minuciosamente. Pequenas rachaduras no concreto das paredes e do chão serviam como esconderijo para os estiletes e projéteis de arma de fogo. Outra descoberta interessante foi a maneira como os detentos escondiam os telefones celulares. “Eles colocavam os telefones dentro de preservativos, para protegê-los, e os amarravam com um fio. Depois os escondiam dentro dos vasos sanitários, chamados “boi”, explicou o policial.

Das doze celas existentes na carceragem de Pinhais, três delas foram interditadas e o solário também, devido as descobertas dos pequenos buracos nas paredes e chão, que agora serão novamente concretados.

Sobre os aparelhos celulares, o delegado Osmar Dechiche informou que será instaurado inquérito para apurar como eles entraram na carceragem. “Vamos inclusive rastrear as ligações feitas dos aparelhos apreendidos”, contou Dechiche.

“Taíco” disse que as vistorias nas celas vão continuar nos próximos dias e deu um aviso: “Enquanto o xadrez não estiver limpo não há visitas. A de domingo já está cancelada”.

Devido a rebelião ocorrida na cadeia, 30 presos foram transferidos para o Centro de Triagem, em Piraquara, o “cadeião”, mas mesmo assim a carceragem permanece superlotada. Atualmente 110 presos estão dividindo o espaço destinado a 40. Do total de presos, 11 são condenados.

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