Mapa do Crime

Número de assassinatos em 2011 diminuiu em relação a 2010

Levantamento realizado pela Tribuna revela que, em 2011, houve redução de 7,7% no número de assassinatos, na Grande Curitiba, na comparação com 2010. Foram 1.708 vítimas, média de 4,7 por dia. Em apenas cinco dias do ano não houve assassinato.

A diminuição foi maior na capital, que registrou 777 mortes, com diminuição de 9,6%. Na região metropolitana, a queda foi de 6%. As estatísticas incluem homicídios (dolosos e culposos), latrocínios, confrontos com a polícia e lesões corporais seguidas de morte.

Para o delegado Hamilton da Paz, responsável pela Divisão da Região Metropolitana, a redução se deve ao policiamento ostensivo e ao esclarecimento dos casos. “Com a responsabilização dos criminosos, evitamos que eles cometam outros crimes”, afirmou.

Vulneráveis

No entanto, o coordenador do Grupo de Estudos da Violência da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Pedro Bodê, acredita que ainda é cedo para comemorar a redução, pois ela pode ter sido pontual.

Quase 80% dos crimes foram praticados com arma de fogo e 70,8% das vítimas tinham de 16 a 35 anos. A explicação, para Bodê, seria que, nessa faixa etária, os jovens estão mais expostos, porque saem mais, “estão com mais frequência em ajuntamentos e precisam se afirmar”. Em relação às mulheres, também diminuiu o número de mortes em 2011. Foram 175 vítimas, 34,3% a menos que em 2010.

Bairros

Em Curitiba, a Cidade Industrial lidera os números com 126 mortes. Os cinco bairros mais violentos foram quase os mesmos de 2010, apenas o Boqueirão saiu da lista e foi substituído pelo Uberaba, que aumentou as mortes em 93%. Outro bairro que apresentou aumento considerável foi o Novo Mundo, que passou de 15 para 29 assassinatos. Na relação de mortes por habitante, os bairros mais violentos são Caximba e Prado Velho. Apenas 16 bairros não tiveram assassinato no ano.

Para Bodê, a variação da violência nos bairros pode ter acontecido devido ao “deslocamento das atividades criminosas ou mesmo do efetivo policial”. O sociólogo afirma que a redução em determinados bairros pode estar ligada a uma decisão “acertada” de prioridade de ação policial em regiões em que se detecta maior incidência de crimes.

Municípios

Apesar da redução geral, alguns municípios como Colombo e Almirante Tamandaré, tiveram aumento significativo da criminalidade. Tamandaré lidera a violência em relação ao tamanho da população. “O aumento da população nunca é a causa do aumento da violência. O problema é que as políticas públicas não acompanham esse crescimento”, analisa Bodê.

Um dos municípios que apresentaram maior queda na violência foi Pinhais, que passou de 123 assassinatos para 67. Para o delegado Hamilton, a diminuição se deve aos casos solucionados. “Em Pinhais, tivemos índice de 73,4% de resolução dos casos, assim como Campo Largo e Campina Grande do Sul, que tiveram mais de 80% de homicídios elucidados”. O delegado acredita também que o avanço no combate à violência na RMC se deve a um trabalho em conjunto com as prefeituras, guardas municipais e Polícia Militar.