O motorista aposentado Francisco Xavier, de 76 anos, foi preso no final da tarde de sexta-feira, em Prudentópolis, região central do Paraná, acusado de explorar menores sexualmente. Na casa do aposentado, a polícia encontrou 102 fotografias de menores nuas, além de 21 fitas de vídeo. Na hora da prisão, duas menores de 14 e 16 anos estavam com o homem. Até agora já foram identificadas onze vítimas, mas esse número poderá ser maior.
A polícia chegou até o aposentado depois de uma denúncia do Conselho Tutelar. O vice-presidente da entidade, Afonso de Cristo Filho, disse que há mais de um ano o conselho tinha informações que essa situação estava ocorrendo, porém, não tinha provas nem situação de flagrante para prender Francisco.
De acordo o delegado de Prudentópolis, Rogério Martin de Castro, o aposentado não reagiu na hora da prisão, e, na delegacia, disse que falaria somente em juízo. Porém, em uma conversa informal, confessou que há dois anos vinha produzindo as fotos, e que só manteve relações sexuais com uma das meninas. Ele negou que oferecia alguma vantagem para elas, porém a polícia já sabe que recebiam valores entre R$ 1 e R$ 5 ou doces.
As menores que estavam na casa de Francisco na hora da prisão negaram que praticaram sexo com o aposentado. Uma delas disse que ia até a casa apenas “tomar banho”, e um dia deixou ser fotografada. Porém, ressaltou o delegado, existem fotos tiradas em todos os lugares da casa, inclusive na área externa.
A partir de amanhã, o delegado começará ouvir todas as vítimas identificadas nas fotos, e outras que deverão aparecer nas fitas de vídeo. Castro disse que o fato de tirar fotografias de menores em posições que comprometem a dignidade do menor é enquadrado no artigo 241 do Estatuto da Criança e Adolescente, passível de um a quatro anos de prisão. “Como o caso envolve onze vítimas, ele responde por todos, e a pena pode chegar a 44 anos de prisão”, disse o delegado. Como o aposentado confessou que praticou sexo com uma das menores, também poderá ser enquadrado por corrupção de menores, e a pena pode dobrar.