Mais de 10 tiros no presidiário

Com mais de dez tiros na cabeça, o presidiário Ademir Pilati, 28 anos, foi executado na noite de domingo, no interior da casa de sua companheira, na Vila São José, em Colombo. Seu cúmplice, Marcelo Zarezuch, que costuma usar o nome de “Danilo”, foi ferido com um disparo na barriga e está internado no Hospital Cajuru. Ambos haviam saído com portaria (autorização especial) da Colônia Penal Agrícola (CPA), para passar o fim de semana com os parentes. O crime foi praticado por três homens mascarados, que invadiram a casa – situada na Rua Cerro Azul, 366 – armados com pistolas automáticas. Suspeita-se que sejam integrantes da quadrilha liderada por Ademir.

“Acreditamos que se tratou de um desentendimento entre quadrilheiros”, informou ontem o delegado Marcus Vinicius Michelotto, titular da delegacia do Alto Maracanã, responsável pelas investigações. Segundo ele, Ademir era assaltante – especialista em roubo de residências e carros – e já havia estado preso naquela DP há algum tempo. “Temos os nomes dos comparsas dele e os estamos procurando. O caso está quase resolvido”, assegurou o policial.

Fim da visita

De acordo com suspeitas dos policiais civis e militares que atuam na região, Ademir aproveitava suas saídas da CPA para juntar a quadrilha e praticar roubos em Curitiba e Região Metropolitana. Depois retornava para o presídio, onde aguardava a liberdade condicional. No final de semana ele conseguiu autorização para sair, juntamente com Marcelo. Ambos seguiram até a casa de Eva Aparecida de Almeida, companheira de Ademir, que reside com a mãe, conhecida por “dona Terezinha”.

Ele passou o fim de semana com a mulher e o filho de poucos meses de vida e deveria retornar para a CPA no domingo à noite. Quando já estava prestes a se despedir da família, ele e Marcelo foram surpreendidos pelos homens mascarados.

Tiros

Usando um Monza ou um Santana branco, os três desconhecidos pararam em frente à casa por volta das 21h, desceram cobrindo o rosto com capuzes de lã, invadiram o local e passaram a atirar. Dona Terezinha ainda tentou proteger Ademir, abraçando-o, porém um dos assassinos, chamando-a pelo nome, ordenou que se afastasse e em seguida a empurrou, dizendo que “a bronca” não era com ela. Ademir não teve tempo para escapar e caiu no meio da sala com um tiro na perna. Em seguida recebeu uma dezena de outros, todos na cabeça. Marcelo, que estava ao seu lado, foi atingido na barriga e sobreviveu.

“A vítima ficou com o rosto deformado com os tiros”, afirmou o perito Carlos Henrique, que fez os levantamentos de local e encontrou na sala 14 cartuchos de pistola calibre 380. Além das balas que atingiram as vítimas, outras acertaram os armários, portas, paredes e até a geladeira.

Quando Marcelo se recuperar, deverá ser interrogado na Delegacia do Alto Maracanã, para dar mais explicações sobre o acontecido. Ontem, a mulher de Ademir foi ouvida, mas pouco pôde esclarecer sobre os fatos. Desesperada, ela dizia apenas que os autores eram pessoas conhecidas, pois chamaram sua mãe pelo nome.

Voltar ao topo