Mãe do surfista se mostra esperançosa

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Clarisse: contato semanal.

O ditado que diz que a esperança é a última que morre serve bem para retratar o estado de espírito de Clarisse Gularte, mãe do surfista paranaense Rodrigo Gularte, 32 anos, condenado à morte por tráfico de drogas na Indonésia. Ontem ela se pronunciou publicamente pela primeira vez após a condenação do filho. Mesmo abalada com o drama que sua família vive, ela se mostrou esperançosa, ainda mais depois do anúncio oficial feito pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil -seccional Paraná (OAB-PR) e pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PR, Cleverson Marinho Teixeira, de que a Ordem está iniciando uma campanha para discutir a pena de morte e a valorização dos direitos humanos, como forma de ajudar no caso de Rodrigo.

Clarisse contou que consegue conversar com seu filho por telefone ao menos uma vez por semana. Ela disse que apesar de antes da prisão já ser religioso, agora ele está mais espiritualizado. "Não sei quem levou para ele, mas agora seu livro de cabeceira é a Bíblia", contou, destacando que Gularte acredita na revogação da pena.

A mãe do surfista contou que em sua visita à Indonésia foi surpreendentemente bem recebida. Quanto aos dois amigos que estavam junto com Gularte e foram inocentados por ele no dia de sua prisão, Clarisse disse que em nenhum momento procuraram a família, mas que agora ela não quer mais ser procurada por eles. "Eles deveriam saber sobre as drogas e talvez pudessem ajudar. A atitude do Rodrigo foi bondade, talvez um pouco de burrice", afirmou. Clarrisse disse que não está decepcionada com a decisão do Itamaraty de não interferir no processo por enquanto. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) só vai tentar clemência pela via da diplomacia após esgotadas todas as instâncias jurídicas. "Nem penso na morte dele. Tenho fé que é só um pesadelo e vamos ter o Rodrigo de volta. Um novo Rodrigo", afirmou.

As ações da OAB consistirão em abrir um canal de comunicação para a preservação dos direitos humanos. Isso não significa interferir na legislação indonésia, conforme explicou Franco. Teixeira prometeu levar a situação ao presidente da OAB nacional, o também paranaense Roberto Busato. O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, também deve ser procurado.

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