Mãe defende acusado de homicídios

Apontado como participante do duplo homicídio ocorrido na manhã de terça-feira na esquina das ruas Victor Alves Ferreira e Rodolpho Scheller, Jardim Itália, Luiz Carlos Jonas Pereira, 23 anos, tem a mãe em sua defesa. Além da morte de Adenilson Pereira Godoi e Fabiano Alves Pereira, dois garotos saíram feridos na guerra entre as gangues ITL (Itália) e Iraque . A mãe do acusado afirma que Luiz é inocente. Tereza de Fátima Pereira conversou com a reportagem da Tribuna e apresentou um álibi para o filho.

Tereza afirmou que seu filho nunca matou ninguém e que a acusação é intriga das pessoas que não gostam dele. ?Fui pai e mãe desse menino e sei bem quem eu criei. Ele tem um coração muito bom e, por isso, estou em sua defesa. Luiz Carlos não é nenhum matador?, afirmou. A mãe contou que seu filho já esteve preso anteriormente, mas ?pagou? o que devia.

Sobre o duplo homicídio, Tereza relatou que Luiz Carlos não poderia ter participado, porque dormia naquele horário. ?Ele passou a noite com a esposa (Vanessa) e a filhinha dele em minha casa. Levantamos por volta das 11h. Nessa hora, pelo que sei, o crime já havia acontecido?, afirmou. Segundo ela, Luiz Carlos não mora mais na região do conflito e reside, agora, próximo a Contenda. ?Vou pedir para meu menino se apresentar à polícia para esclarecer toda essa situação?, explicou.

Perseguido

Por coincidência, nos dias em que ocorreram as duas últimas fuzilarias no Jardim Itália, na noite de domingo e manhã de terça-feira, Luiz Carlos estava no bairro, na casa da mãe, segundo informações de Tereza. Além disso, no assassinato de Antenor Oliveira da Paz, em setembro, o alvo dos disparos era Luiz.

Para o chefe de investigação, Altair Ferreira, toda essa violência está ligada à briga entre gangues da região, que se enfrentam há anos. Contra Luiz, oficialmente, pesam apenas indiciamentos por porte ilegal de arma, em 2005, e na morte de Antenor, em setembro.

Menores, o grande problema

A guerra entre gangues envolvendo moradores de bairros vizinhos é um dos grandes problemas enfrentados pelas polícias Civil e Militar de São José dos Pinhais. Além da guerra entre os grupos ITL e Iraque, que aterrorizam a comunidade do Jardim Itália – noticiada na edição de ontem da Tribuna -, outras fortes rivalidades geraram mortes, neste ano, como as entre jovens do Jardim Ipê e Jardim Independência e também dos bairros Afonso Pena e Borda do Campo.

De acordo com o chefe de investigação da delegacia local, Altair Ferreira, o envolvimento de menores dificulta o trabalho da polícia, principalmente porque, quando presos, os adolescentes permanecem pouco tempo detidos.

Há também o problema de adolescentes assumirem ?broncas?, por acreditar no benefício da Lei. Uma das maneiras encontradas pela polícia para tentar ?fisgar? os envolvidos em bandos desordeiros é pedir a prisão preventiva dos acusados por formação de quadrilha. Foi agindo dessa maneira que a polícia daquele município conseguiu desarticular as outras gangues.

Investigação

O chefe de investigação afirmou que as mortes ocorridas nos últimos meses no Jardim Itália estão sendo investigadas e os envolvidos nos casos já foram indiciados ou estão presos. Dois indivíduos apontados como integrantes de uma das gangues foram presos nos últimos meses. Robson de Souza Carneiro, 19 anos, foi autuado em flagrante em outubro, por tráfico de drogas, e Walcemir Gomes Bezerra, o ?Veio?, por porte ilegal de arma, em 23 de dezembro. O chefe de investigação local ressaltou que a falta de prisões, em alguns casos, não significa que há impunidade. ?Muitos estão respondendo inquérito em liberdade. A delegacia tem feito sua parte?, finalizou.

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