Ladrões de olho em residências

O aumento no número de roubos contra residências começa a ficar evidente nos últimos meses, apesar do trabalho contínuo que está sendo realizado pela Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) para combater este tipo de delito. Juntamente com os casos de seqüestros-relâmpagos, os roubos são a principal preocupação da polícia especializada no momento. Ontem, mais uma ação desta natureza foi registrada pela polícia.

No bairro Capão Raso, por volta das 11h30, ladrões renderam parte de uma família e fizeram uma "limpa" na residência. As mulheres passaram momentos de pavor nas mãos dos marginais. Mãe e filha ouviram tocar a campainha. Ao atender, a mãe notou que um homem vestido como carteiro, carregando um pacote e papel em mãos, disse que tinha uma encomenda para entregar para o marido da vítima. No momento em que ela se aproximou para receber o pacote e assinar a confirmação de entrega, mais dois homens aproveitaram a abertura do portão e invadiram a residência. Empurrando a mulher para dentro da casa, os marginais gritavam que queriam ver o cofre. Dentro estava apenas uma adolescente, que também foi rendida.

Dinheiro

O cofre foi aberto e dele retirado certa quantia em dinheiro, aproximadamente 5 mil dólares, além de relógios, jóias em ouro, mostruário em prata e semijóias. As mulheres foram levadas para um dos quartos da casa e vigiadas por um marginal, que fazia ameaças, principalmente contra a adolescente. Os demais ladrões recolheram objetos como aparelho de som, DVD, videocassete, computador, notebook e televisores. O trio permaneceu na moradia por cerca de meia hora. Não foi informado como se deu a fuga. Os marginais foram descritos como jovens, idade entre 20 e 24 anos e altura mediana entre 1,68m e 1,75m. As vítimas permaneceram trancadas no quarto até a chegada de parentes.

O delegado Rubens Recalcatti, titular da DFR, informou que está investigando o caso e que a utilização do disfarce de carteiro é um fato que chama a atenção. Segundo o policial, este ano já ocorreu roubo semelhante no Alto Maracanã, em Colombo, e em 2003, no bairro Jardim das Américas, em Curitiba, inclusive com o uso do mesmo disfarce. "O carteiro também foi usado em um roubo na semana passada, em Santa Catarina. Acredito que em Joinville", afirmou Recalcatti. Ele achou prematuro fazer qualquer associação entre os casos.

Bandidos são tirados da rua

O crime de roubo prolifera em Curitiba mesmo com a intervenção da polícia que retira das ruas constantemente grupos de assaltantes. Na semana passada, policiais militares prenderam, em Pinhais, uma quadrilha responsável por seqüestros-relâmpagos que ocorriam no bairro Alto da XV, em Curitiba. No final de novembro, policiais da Delegacia de Furtos e Roubos, após uma série de assaltos contra residências no Jardim das Américas e Tarumã, prenderam outra quadrilha composta por quatro jovens com idade entre 18 e 22 anos e mais alguns adolescentes. Na ocasião foram aprendidas armas e objetos roubados durante as ações criminosas do grupo.

Mesmo com as prisões, os crimes de roubos contra residências e seqüestros-relâmpagos estão ocorrendo com freqüência. Na última segunda-feira, o deputado estadual Ailton Araújo e sua esposa passaram pela desagradável experiência de se tornarem reféns em um seqüestro. Semanalmente, a Tribuna divulga situações de roubos contra residências, mas a polícia não tem uma estatística deste delito. Consultado, o delegado Rubens Recalcatti, da DFR, informou que há entre seis e oito quadrilhas identificadas agindo em Curitiba e que alguns dos integrantes desses bandos já estão atrás das grades.

Retratos falados ajudam nas investigações

Dois retratos falados de assaltantes envolvidos em roubos de residências foram mostrados ontem, pela Delegacia de Furtos e Roubos (DFR). Às 22h do dia 7 de dezembro, dois homens armados abordaram um profissional liberal quando chegava em sua residência, no bairro Pilarzinho. Do local, os marginais levaram televisores, DVD, máquinas fotográficas, computador, videogame e jóias. Um dos participantes foi descrito como magro, moreno, 20 anos de idade e com 1,60m de altura, de quem foi feito um dos retratos. O outro é magro, moreno e tem o cabelo raspado.

Outro

No dia 9 de dezembro, também no Pilarzinho, um aposentado chegava em casa com seu veículo Honda quando foi surpreendido por dois indivíduos que deram voz de assalto. Um ladrão sentou no banco do passageiro e o outro pulou para o banco traseiro. A vítima foi

obrigada a dirigir até o Banco do Brasil, na Rua Mateus Leme, e sacar R$ 6 mil. Permaneceu por quase duas horas com os bandidos. Um destes marginais também teve seu retrato falado confeccionado.

Qualquer informação sobre a identificação ou paradeiro dos assaltantes deve ser repassada à Delegacia de Furtos e Roubos pelo telefone 262-2800.

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