O síndico José Francisco da Fonseca Prestes, 58 anos, deixou, no final da tarde de ontem, o Centro de Triagem II, em Piraquara. O juiz Luiz Osório Moraes Panza, da 1.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, concedeu liminar autorizando sua liberdade.
O advogado Marden Esper Maués informou que, após impetrar o habeas corpus no início do mês, o juiz negou a liberdade do síndico, alegando que José Francisco era perigoso. Porém, o defensor entrou com um pedido de reconsideração da decisão rebatendo os argumentos da 1.ª Câmara Criminal e apresentando decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). ?A defesa não ficou surpresa com a liminar. Foi uma decisão técnica e apoiada na jurisprudência?, salientou Maués.
Em sua nova decisão, o juiz esclareceu que, inicialmente, negou a liberdade baseado na ordem pública e porque ?existiam informações sobre o possível atentado aos demais conselheiros do prédio?. Outro fato que influenciou na decisão foi o de que o síndico poderia fugir. Já na revisão da decisão, o juiz salienta que o acusado é primário e não se pode afirmar que ele cometeria outros crimes. Quanto à fuga, que foi enfatizada na primeira decisão, o juiz lembrou que o síndico atentou contra a própria vida, o que não demonstra a periculosidade.
Tiros
De acordo com informações apuradas pela polícia, o bancário aposentado Sérgio Alaor Klupel, 64 anos, que também era conselheiro do condomínio, estava investigando o síndico e descobriu que ele teria dado um rombo de R$ 19,8 mil no condomínio. Por volta das 9h30 do último dia 27, José Francisco chegou no Edifício Barão do Cotegipe, um condomínio de luxo no Água Verde, em Curitiba, e entregou um envelope para o porteiro, em nome de Sérgio. O funcionário interfonou para Sérgio. Assim que o bancário desceu do elevador, foi abordado por José Francisco, que o convidou para ir ao salão de festas do prédio. Lá, desferiu dois tiros na cabeça de Sérgio e, depois, efetuou um disparo contra o próprio peito. Sérgio morreu no local e José Francisco foi socorrido e encaminhado ao Hospital Evangélico, onde permaneceu dois dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No dia 10 deste mês, recebeu alta médica e foi removido para o Centro de Triagem II, em Piraquara.