Justiça Federal de Foz condena advogado de Campinas por racismo

Campinas – A Justiça Federal de Foz do Iguaçu condenou o advogado e presidente da subseção de Campinas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Djalma Lacerda, a dois anos de reclusão por crime de racismo. Ele foi condenado por ofender um delegado da Polícia Federal da cidade paranaense, ao chamá-lo de ?negrão?. Lacerda negou o crime e disse que recorreu da decisão. O processo foi aberto em 2000 e a sentença publicada no mês passado.

O juiz Murilo Brião da Silva, da 2.ª Vara Federal Criminal de Foz do Iguaçu, foi procurado ontem mas não quis se manifestar, alegando que a sentença não é definitiva e o caso ainda está em andamento. Ele também não autorizou a divulgação de informações sobre o processo, embora não haja segredo de Justiça, pelo mesmo motivo.

Lacerda alegou que é ?vítima de um engano?. Contou que o processo é uma ?represália? a uma petição que apresentou à Polícia Federal, relatando ter sido impedido de acessar um processo, mesmo com a procuração da parte envolvida. Ele disse que esteve em Foz do Iguaçu atendendo a um cliente, porque a mulher dele havia sido convocada para depor.

Segundo o advogado, agentes federais se referiram ao responsável pelo processo como o ?delegado negrão?. ?Achei que fosse o sobrenome e procurei pelo delegado Negrão. Ninguém me corrigiu. Eu não o conhecia?, argumentou. Disse que o problema ocorreu porque não teve acesso ao processo, entrou com a petição e um mandado de segurança, indeferido. ?Meses depois, recebi a notificação de que um delegado havia feito uma representação criminal contra mim porque o chamei de negrão?, alegou Lacerda.

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