Jovem reage a prisão e acaba morto por policias

Provavelmente ao reagir a prisão, Alessandro de Jesus, mais conhecido como “Lê”, 20 anos, foi morto com um tiro nas costas, disparado por policiais militares, no início da tarde de ontem, na Vila das Torres. Ele chegou a ser socorrido pelo Siate e conduzido ao Hospital Cajuru, mas morreu em seguida.

Os soldados Koppen e Silva, do Regimento de Polícia Montada (RPMont), contaram que foram abordados por uma casal que ocupava um Santana azul,na Avenida Comendador Franco (das Torres), por volta das 13h de ontem. Eles informaram ter sido vítimas de assalto, praticado por um indivíduo que havia corrido em direção a Vila das Torres. Com a descrição das características físicas e das roupas do bandido, os policiais entraram na vila e não demoraram a encontrar Alessandro. “Eu mesmo prendi esse rapaz duas vezes por roubo”, lembrou o soldado Koppen. Segundo os PMs, durante a abordagem, Alessandro tentou fazer seu irmão, Nilsandro de Jesus, 24 anos, como escudo. Em seguida, o largou e correu. Houve perseguição à pé. Segundo os policiais, para tentar escapar Alessandro disparou contra um dos soldados, que revidou, acertando o rapaz. A arma que ele estaria empunhando, segundo a polícia, caiu dentro do Rio Belém, assim que o jovem foi ferido.

Vício

Nilsandro foi conduzido ao 2.º Distrito Policial (Rebouças), pelos policiais militares, e ouvido como testemunha. O rapaz contou que estava retornando do centro, quando viu o irmão cheirando tínner e parou para conversar. “Ele perguntou o que eu tinha na sacola e contei que comprei uma calça. Nisso surgiu a polícia. Ele tentou se esconder atrás de mim e correu. A polícia atirou. Não sei se era porque estava com o cheirinho”, relatou Nilsandro.

O cunhado de Alessandro, Márcio Roberto Cambruci dos Santos informou que Alessandro teve passagens por roubo pela Delegacia do Adolescente, quando era menor, tendo sido interno do Educandário São Francisco. “Sabiamos que ele era viciado em tinner. Não temos conhecimento que estava envolvido com roubo nem que tinha arma”, salientou.

Investigações

O delegado Rogério Haisi, titular do 2.º Distrito (Rebouças), os PMs relataram que chegaram a dar tiros de advertência para o chão e mesmo assim Alessandro correu. “Já solicitei que seja feita busca no rio para localizar a arma que a PM diz que Alessandro estava portando”, salientou Rogério. O delegado investiga a resistência a prisão, a tentativa ou assalto que houve minutos antes e as circunstâncias em que o suspeito foi baleado. “Tudo será apurado. Algumas partes do depoimento do irmão da vítima e dos policiais são idênticas. O irmão não pode fornecer detalhes do que ocorreu antes da abordagem, já que não se encontrava no local”, explicou o delegado.

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