Interrogado PM que atirou em advogado

O soldado Ivo Carvalho, do 12.º Batalhão da Polícia Militar, que atirou contra o advogado Pedro Luís Nunes, na tarde de segunda-feira, apresentou-se ontem na Delegacia de Homicídios. Segundo o delegado Armando Braga, que o interrogou, o policial disse que só atirou no advogado porque foi ameaçado de agressão. Por agir em legítima defesa, Ivo foi ouvido e liberado. O revólver calibre 38, usado pelo policial, não foi encontrado.

Ao ser interrogado, Ivo contou que Pedro Luís Nunes é um velho conhecido da família. O advogado era o responsável pelo processo de separação de uma das irmãs do policial militar. “Esta mulher morreu em fevereiro e Ivo disse que o advogado ficou de repassar um dinheiro da ação para os filhos dela e até agora não fez isso”, contou o delegado. Essa situação teria sido o estopim para briga entre eles.

Além do descontentamento da família do policial pelo trabalho prestado por Pedro, o desentendimento deles era reforçado por uma outra ação que corre na Justiça. Certa vez o policial teve uma briga com um cunhado e este procurou pelo advogado para processá-lo. Na tarde de segunda-feira eles teriam uma audiência, mas o advogado e o cliente não apareceram no Juizado Especial. A partir daí, o policial foi até o escritório de Pedro, no Edifício Comercial Bradesco, na esquina da Avenida Marechal Deodoro e Rua Monsenhor Celso, para esclarecer o a situação. “Ivo disse que o verdadeiro motivo que o levou até lá foi a situação insustentável que os sobrinhos dele estão passando. Eles precisavam do dinheiro e até agora o advogado não se manifestou em pagar”, contou o delegado.

Crime

Segundo o depoimento do policial, ao chegar no escritório de Pedro, ele foi intimidado pelo advogado, que lhe empurrou mais de três vezes. Ao ver que seria agredido, Ivo disse que sacou o revólver e engatilhou para intimidá-lo, o que não adiantou. Em seguida ele atirou na mão e na barriga do advogado, que caiu ferido. No mesmo instante ele teria chamado o Siate e abandonado o local, seguindo para a Praça Generoso Marques. Lá ele teria escondido a arma em uma luminária. Hoje pela manhã o policial foi acompanhado de um superior da corporação, mas o revólver não foi achado. “Apesar de ele ter atirado para se defender, Ivo responderá por tentativa de homicídio”, finalizou o delegado.

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