Interrogado o destruidor de imagens de São José dos Pinhais

Walter disse ter ouvido ?vozes do além?, e por isso destruiu até a imagem de Jesus, que tinha mais de 300 anos.

Mais de duas mil pessoas passaram ontem pela Catedral da Diocese de São José dos Pinhais e saíram de lá desoladas. A romaria era para lamentar a destruição de 13 imagens de santos e anjos, que ornamentavam a igreja, e foram quebradas por Waldemar Cusmann, 46 anos, que invadiu o templo na tarde de segunda-feira.

O ato de vandalismo causou não só prejuízo financeiro, mas também histórico e cultural. As imagens eram todas antigas. Uma delas, a de Jesus Cristo crucificado, tinha mais de 300 anos.

Com distúrbios mentais, Waldemar foi detido em seguida, por trabalhadores que consertavam o teto da igreja e escutaram a barulheira. Sedado, foi levado a um hospital e depois à delegacia, para interrogatório.

Ordem do além Waldemar contou ontem que recebeu uma mensagem ?do além? para fazer aquilo. À assessora de imprensa da diocese, Tânia Jeferson, ele ainda disse que não se arrependia e faria tudo de novo. Disse que as imagens eram vazias, não traziam progresso, e que recebeu uma mensagem de Deus para ajudar numa revolução religiosa, que teria começado em 2002.

Familiares de Waldemar estiveram ontem na delegacia local e revelaram ao superintendente Altair Ferreira que o detido tem problemas mentais. Ele foi encaminhado ao Complexo Médico Penal (CMP), onde peritos devem examiná-lo para emitir laudo sobre sua sanidade. Na delegacia, ele recebeu autuação em flagrante por crime contra o sentimento religioso e destruição de imagem religiosa, e tentativa de furto. Dependendo da avaliação dos peritos do CMP, o detido pode ser colocado em liberdade.

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