Infelizmente, ladrões não tiram férias

Nesta época do ano, quando muitas pessoas entram em férias ou em recesso devido aos feriados de Natal e Ano Novo, cresce o número de ocorrências de assaltos e arrombamentos. Um levantamento feito por empresas do setor de segurança privada aponta que esse aumento chega a 15%. E em contrapartida, a procura por sistemas de segurança também cresce, chegando a até 40% entre os meses de dezembro e fevereiro.

Para o tenente da Polícia Militar Wagner de Araújo, na maioria dos casos de arrombamento a residências ou empresas, as pessoas acabam facilitando a ação dos marginais. ?Eles deixam vestígios que não há ninguém no local, o que favorece a ação dos marginais que não encontram nenhuma dificuldade para entrar e praticar o crime?, falou. Entre os erros mais comuns cometidos pelas pessoas ao deixar o imóvel estão manter a luz externa ou de algum cômodo acesa durante todo o dia, e não suspender a entrega de jornais e revistas durante o período que estiver fora. Segundo o tenente da PM, o bandido geralmente estuda o alvo antes de praticar o crime, e se verifica que não há nenhuma movimentação na casa, age com tranqüilidade.

Por isso, orienta o policial, quando for se ausentar, é importante pedir o auxílio de algum vizinho ou parente que possa ir até o local para acender e apagar as luzes, assim como recolher as correspondências. Outro tipo de ocorrência que vem acontecendo com freqüência, comenta Araújo, são as pessoas que têm a bolsa roubada, e em seguida, a residência também invadida. Isso acontece, porque geralmente elas carregam as chaves de casa, e junto com os documentos, algum documento em que conste o endereço da residência. ?Nesses casos, nossa orientação é trocar imediatamente as chaves da casa?, falou.

Clandestina

Uma boa alternativa para dificultar a ação dos marginais, diz o policial, é instalar sistemas de segurança eletrônica ou contratar os serviços de uma empresa privada. Porém, antes de fechar o contrato, é preciso verificar a idoneidade da empresa para não se tornar uma vítima fácil e ter ainda mais prejuízos. Como a demanda por esse tipo de serviço aumenta nessa época do ano, surgem diversas empresas clandestinas, que além de não cumprir com a segurança que prometem, ainda podem ser as protagonistas das ocorrências.

O presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região, João Soares, ressalta que o que acaba chamando a atenção na hora de contratar uma empresa de segurança privada é o preço, já que as irregulares cobram até 80% menos que as empresas legalizadas. ?Elas conseguem fazer isso porque não pagam nenhum encargo trabalhista para o vigilante e não possuem nem preparo e nem equipamentos adequados para atuar na atividade?, afirmou. Ele lembrou ainda que o serviço de segurança canina só pode ser feito se o animal estiver acompanhado de um vigilante. Além disso, o monitoramento de rua, feito com motos ou bicicletas, não é regulamentado por nenhuma lei.

Por isso, antes de contratar uma empresa, é importante consultar se ela está regularizada e tem condições de atuar. Esse tipo de informação pode ser repassada pela Polícia Federal, que é o órgão que regulamenta, disciplina e fiscaliza esse ramo de atividade, ou pelo  próprio sindicato. Na PF, a consulta pode ser feita através do telefone (41) 3360-7671 e no sindicato, (41) 3332-9293. 

Processo para abrir empresa de segurança é bastante rigoroso

Para abrir uma empresa de segurança privada – que engloba a vigilância patrimonial, segurança pessoal armada, transporte de valores e escolta armada – o processo é bastante rigoroso. O Departamento de Polícia Federal é quem regula o setor, e concede a portaria de autorização e certificado de segurança, que são os documentos essenciais para o funcionamento das empresas.

O agente da PF Wilson Ferreira Bonfim explica que para constituir a empresa a pessoa precisa ser brasileira, ter no mínimo dois veículos com sistema de comunicação autorizado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), e capital social integralizado de no mínimo 100 mil Ufirs -cerca de R$ 107 mil. Além disso, não possuir antecedentes criminais, e ter uma sede separada de outras atividades da empresa – como de limpeza e conservação. Após receber a autorização, o candidato tem 60 dias para contratar no mínimo 30 vigilantes.

Esses trabalhadores precisam ter cursado uma escola de formação de vigilantes – que também é regulada e fiscalizada pela PF -, além não terem antecedentes criminais e atestarem boa saúde física e mental. A compra de armas e munições só é liberada depois de cumpridas todas essas exigências. Para quem quer atuar como segurança pessoal e segurança armada, o vigilante tem que estar ligado a uma empresa que atue há pelo menos um ano na atividade principal de vigilância. De acordo com Bonfim, o que faz as pessoas desistirem de abrir as empresas é o capital social e o número de vigilantes. Atualmente no Paraná há cerca de 75 empresas legalizadas. (RO)

Proteção com modernidade e para todos os bolsos

Quem pretende investir num sistema de segurança, tanto eletrônica quanto particular, pode encontrar opções que vão desde R$ 50 até R$ 10 mil. Os sistemas estão tão avançados que hoje é possível visualizar todos os cômodos da casa ou empresa de qualquer lugar.

O engenheiro de segurança patrimonial da Poliservice, Jorge Fernandes de Oliveira, comenta que um equipamento de fotocélula – que aciona o acendimento automático das luzes – pode ser encontrado até em supermercados por um preço médio de R$ 50. Já os alarmes convencionais custam cerca de R$ 400. Quem quer investir em algo mais sofisticado, com cerca de R$ 6 mil pode agregar ao alarme câmeras de vídeo, e controlar toda a movimentação nos cômodos do imóvel pela internet.

Recentemente, chegou ao mercado um equipamento de GPRS, que faz a transmissão de dados e imagens utilizando o mesmo sistema GSM dos aparelhos celulares. Esse sistema, explica Oliveira, além de trazer redução nos custos de manutenção, também permite agregar serviços como a abertura e fechamento de portas, e acendimento de luzes e acionamento de equipamentos, como câmaras frias. Para quem prefere a segurança por apenas um período, existem opções de vigilância canina, que custa em média R$ 200 por mês; e a vigilância armada, cujo custo gira em torno de R$ 20 a hora – durante a noite esse valor sobre 20%. (RO)

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