Grupos rivais disputam a tiros quem comete mais homicídios

Mesmo morto há quase um ano, Edivaldo Saldanha continua sendo o motivo de uma guerra entre grupos rivais no Parolin.

A vítima, desta vez, foi Karlo Ricardo da Silva Cândido, 26 anos, executado com seis tiros na cabeça, de pistola calibre 380. O crime ocorreu por volta das 22h10 de sábado, na Rua Lamenha Lins, próximo à Rua Porthos Velozo, onde a vítima morava. Karlo andava na rua quando foi baleado.

José Cândido, pai de Karlo, revelou que a ?guerra? na favela do Parolin começou ainda antes de Edivaldo ser assassinado. Ele havia se desentendido com dois primos, conhecidos por ?Gordo? e ?Barriga?, que teriam se recusado a participar da vida criminosa de Edivaldo. Com raiva, o bandido matou o próprio tio. Revoltados, os primos decidiram acabar com o matador. Liderando um grupo de cerca de oito homens, ?Gordo? e ?Barriga? cercaram o barraco de Edivaldo, por todos os lados, e inclusive pelo telhado, e dispararam para dentro da casa. O marginal ficou encurralado e foi perfurado por mais de 25 tiros.

Com apenas 21 anos de idade, Edivaldo era suspeito de envolvimento em cerca de 40 homicídios, a maioria ocorrida na região e, segundo comentários, só iria parar a sangrenta carreira quando chegasse à marca de pelo menos 70 mortes. José contou que o bandido vivia armado, inclusive com escopetas, e usava colete à prova de balas. Após sua morte, um grupo formado por seus simpatizantes, e outro por seus primos, deram continuidade às matanças no Parolin. O lugar do matador, afirmou José, foi logo assumido por um homem chamado Jucimar, que promete que só irá parar o dia que matar ?Gordo?.

Família

O motivo da morte de Karlo teve origem no assassinato de Edivaldo. Seu irmão, Cássio da Silva Cândido, era um dos oito que participaram da execução. Sete dias depois do crime, Cássio foi preso junto com o catador de papel Rodrigo Okopny. Ambos foram responsabilizados pelo homicídio. Segundo os pais, Karlo não tinha envolvimento com a rivalidade dos dois grupos nem com o crime cometido por seu irmão.

No entanto, foi morto apenas por ser familiar de um dos matadores de Edivaldo.

Após todo este relato, ouvido atentamente e confirmado pelos investigadores da Delegacia de Homicídios, José prometeu retornar à delegacia depois do enterro do filho, para prestar depoimento sobre a guerra no Parolin.

Mais um morre em festa

Marcelo Vellinho

Uma festa no Parolin terminou com a morte de um rapaz, de aproximadamente 25 anos, por volta das 3h de sábado. Após levar cerca de cinco tiros, ele foi socorrido pelos amigos, mas chegou sem vida ao Hospital do Trabalhador. A festa acontecia em uma casa na Rua Francisco Parolin, esquina com a Rua Brigadeiro Franco.

De acordo com a polícia, a vítima portava um documento de identificação, mas que estaria com um nome falso. ?Não podemos divulgar esse nome porque não sabemos quem é essa pessoa?, comentou o investigador Magalhães, da Delegacia de Homicídios. A polícia aguardava a presença da família da vítima, com a identificação correta, para dar início às investigações.

Pelas informações apuradas, o rapaz baleado seria morador do Xaxim e estaria tendo um caso com uma mulher da vila. O autor do crime seria um ex-namorado dela. Após o tiroteio, policiais militares abordaram dois rapazes, que foram liberados em seguida, porque não foram reconhecidos como os autores dos disparos.

Mais tiros

Também durante a madrugada, Rodrigo Borges, 19 anos, foi baleado na Rua Anne Frank, no Boqueirão. As informações são de que ele foi atingido por um tiro no peito quando tentava entrar em uma boate. De acordo com testemunhas, um segurança do estabelecimento teria efetuado o disparo e prometeu se apresentar ao 7.º Distrito Policial. Rodrigo foi socorrido pelo Siate e encaminhado ao Hospital Cajuru, onde permanecia internado.

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