Um novo golpe está movimentando contas bancárias sem a autorização dos titulares. Carlos Jacobouski, proprietário de um supermercado no Xaxim, quase foi vítima desse golpe, realizado por telefone, na semana passada. Pela manhã, ele recebeu uma ligação de uma pessoa que se dizia funcionário do banco onde Jacobouski tem conta. Esse suposto funcionário explica que está ligando porque gostaria de ressarcir a cobrança indevida de CPMF nos últimos anos.
Para convencer a vítima da veracidade do telefonema, o bandido fala e pede confirmação de diversas informações, como número da conta e da agência bancária, CPF ou CGC do titular da conta, entre outros dados que fazem com que a vítima acredite realmente se tratar de uma ligação do banco. Após a confirmação dos dados, o "funcionário" diz que vai iniciar a operação de transferência via telefone, solicitando que a pessoa digite a senha bancária. De posse desses números, o golpista realiza saques e transferências de dinheiro, que muitas vezes só são percebidos pela vítima dias depois, quando já não há mais saldo na conta.
Jacobouski desconfiou do golpe e telefonou ao verdadeiro gerente de sua conta, descobrindo a fraude. Para ele, os estelionatários disseram que, nesta primeira transferência, iriam restituir 30% de todo o valor cobrado indevidamente no ano de 2004. "Eles são muito bons de conversa, e fazem você acreditar no que estão dizendo", diz o comerciante.
Mais casos
A delegada Vanessa Alice, da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas, diz que outro caso como esse foi registrado no final do mês passado. "Há probabilidade de que a quadrilha esteja agindo, e outras queixas como essa surjam nas próximas semanas", diz a delegada, que investiga de que forma a quadrilha consegue os dados pessoais da vítima. Outro golpe parecido, que já vem acontecendo há alguns meses pela internet, é o recebimento de mensagens eletrônicas (e-mails) falsos. Imitando a página eletrônica dos bancos, o e-mail fraudulento pede que a pessoa digite seus dados bancários, incluindo senha e outras informações pessoais, a título de atualização de cadastro. De posse dessas informações, os bandidos resgatam alta quantias de dinheiro, e quando a vítima percebe o prejuízo, já não tem mais nada na sua conta.