Futebol termina com duas mortes em Almirante Tamandaré

A final do campeonato de futebol amador de Almirante Tamandaré terminou com duas pessoas mortas na tarde de ontem, no Estádio Municipal Joaquim Antônio Dalledone.

O caminhoneiro Paulo Sergio Zapello, 37 anos, e o borracheiro Valdeci Gonçalves, 36, foram baleados durante briga entre as torcidas dos times Navegantes e Comando Vermelho, que disputavam o troféu. Um terceiro torcedor identificado como Sandro ficou ferido na perna e encaminhado ao hospital.

Outras duas pessoas também teriam sido baleadas, entre eles um menino de 9 anos, mas a Polícia Militar não confirmou a informação. Testemunhas informaram que os atiradores estavam em três e que fugiram num veículo Gol após a confusão.

De acordo com informações da Polícia Militar, cerca de 3 mil pessoas acompanhavam a partida final do campeonato além de autoridades, como o prefeito do município.

A confusão aconteceu por volta das 17h20, nos 40 minutos do primeiro tempo, quando a partida ainda estava zero a zero. Torcedores que acompanhavam o jogo contaram que os criminosos teriam reclamado do som de uma corneta entoado pela torcida do Navegantes.

Como os rivais não obedeceram a ordem de cessar o barulho, começaram a atirar a esmo. Paulo foi ferido com três tiros e Valdeci com quatro disparos na barriga e no peito.

Os dois morreram na lateral do campo onde havia várias garrafas de bebida alcoólica e latinhas de cerveja espalhadas. A terceira vítima, Sandro, foi socorrida pelo Siate e encaminhado ao hospital.

“Foi um salve-se quem puder. Era bala para tudo quanto é lado. Me joguei no chão e não vi quem atirou. Tinha muito foguetório na hora”, descreveu um torcedor, que lamentou o ocorrido: “Esses dois homens que morreram eram trabalhadores”.

Segurança

Outro torcedor disse que a segurança requisitada pela prefeitura não foi suficiente para coibir a violência. Ele disse que vigilantes contratados pelo município faziam a guarda no campo e que uma viatura da Polícia Militar permaneceu no local por apenas 10 minutos no início da partida.

O tenente Wittkowski, do 17.º Batalhão da Polícia Militar, informou que a equipe da PM continuou fazendo o policiamento ostensivo no entorno do estádio. Ele disse ainda que, quando a equipe da PM retornou ao campo, os populares se revoltaram e não queriam esperar pelo Siate, exigindo que os policiais socorressem os baleados na própria viatura. “A equipe chamou o socorro necessário, fazendo o possível para salvar as vítimas”, afirmou o tenente.