Furtos deixam moradores do Bacacheri preocupados

A insegurança vem tomando conta do bairro Bacacheri, em Curitiba. Moradores e funcionários de estabelecimentos comerciais estão preocupados devido a recentes casos de assaltos a mão armada, furtos a pedestres, roubos de carros e arrombamentos de casas.

"A população do Bacacheri está bastante assustada e amedrontada. A violência no bairro vem se intensificando e tornando cada vez mais comum", comenta o economista e presidente do Conselho Comunitário de Segurança do Bacacheri, José Augusto Soavinski, que vive no bairro há 26 anos. "Os assaltos ocorrem a qualquer horário do dia ou da noite, assim como o uso e o tráfico de drogas".

No último mês de dezembro, antes do Natal, José quase teve seu carro roubado. Ele estacionou o veículo em uma rua do bairro e quando voltou encontrou uma das portas arrebentada. "Meu carro só não foi levado porque o alarme disparou, o ladrão se assustou e fugiu", lembra. "Um vizinho não teve a mesma sorte. Há pouco tempo, seu carro foi levado, mesmo tendo alarme".

Segundo José, as ruas com maiores ocorrências de roubo de veículos são aquelas que dão acesso à BR-476 (antiga BR-116), como José Timóteo, José Pinto Novaes e Arthur Julião da Silva. "Nessas ruas, a situação está terrível. Os moradores param seus carros por cinco minutos em frente às suas casas e, quando voltam, já não os encontram mais", afirma.

A sorveteria de Eronides Pedro Pereira, localizada na Rua Evaristo Berleze, já foi assaltada quatro vezes, a última há cerca de seis meses. "O assalto aconteceu em um sábado, às 13h30. Quatro homens armados entraram na sorveteria, renderam as funcionárias e levaram dinheiro e cigarros. Meu prejuízo foi de R$ 500", conta.

Para se proteger, Eronides – assim como outros comerciantes da região – instalou portão eletrônico em seu estabelecimento, tem evitado deixá-lo aberto após as 21h e contratou os serviços de seguranças particulares. "Após as 21h, só atendo clientes através da grade, sem abrir o portão. Tenho tentado me prevenir sozinho, tomando todas as medidas de segurança possíveis".

A população acredita que falta policiamento no Bacacheri e a presença de um policial que seja conhecido da comunidade. José Augusto diz que a polícia geralmente fica presente na Rua Erasto Gaertner, uma das mais movimentadas do bairro, mas esquece de cuidar da segurança das ruas mais tranqüilas. "As viaturas ficam na Erasto, nas proximidades dos bancos Itaú e HSBC, mas não circulam pelas ruas mais calmas", reclama.

PM

No último mês de dezembro, foram registrados 37 furtos simples, 80 furtos qualificados e 39 roubos na região. De acordo com o comandante Marcos Rodrigues, responsável pelo 3.º Esquadrão da Polícia Militar (PM), que responde pelo Bacacheri, os números são inferiores aos registrados em períodos anteriores. "Desde a implantação do projeto Povo (no segundo semestre do ano passado), a criminalidade caiu no Bacacheri", declara. No bairro, o patrulhamento é feito por uma viatura e duas motociclistas. No momento, devido a problemas mecânicos, a viatura não está sendo utilizada. (Cintia Végas)

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