A Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, oeste do Estado, quer que a Força Nacional de Segurança Pública intervenha na cidade, para conter a violência. Os vereadores aprovaram, no início da semana, por unanimidade, um requerimento nesse sentido. Ele será entregue ao governo do Estado, que é quem decide se pede ou não o apoio da força federal. Para o autor do pedido, vereador Geraldo Martins, Foz necessita com urgência de mais policiamento para o combate à criminalidade, que vem assustando moradores, turistas e comerciantes.
Martins explica que a solicitação da intervenção federal é recurso ao qual foi preciso recorrer devido à falta de posicionamento do Estado na garantia da segurança. ?O governador (Roberto Requião), quando assumiu seu segundo mandato, prometeu que a cidade seria a mais segura do Paraná. No entanto, Foz é considerada das mais violentas do País por causa dos altos índices de criminalidade?, aponta. Parte do problema está relacionado, segundo o vereador, com a atratividade que o tráfico na fronteira exerce sobre os jovens. ?A evasão escolar chega a 15%.?
Aliada a isso, a falta de policiamento seria determinante para o apelo. ?Precisamos de policiais permanentes, com estrutura, especializados no combate ao crime organizado?, afirma. Citando levantamentos da Guarda Municipal, o vereador apura que a cidade necessita hoje, no mínimo, mais cem policiais militares e 40 agentes da Polícia Civil, além de 40 policiais rodoviários e 60 policiais federais. ?Temos hoje a metade do número de policiais que tínhamos há dez anos. Isso aconteceu por falta de uma política de segurança específica, resultando na não-reposição do efetivo perdido por aposentadorias e transferências.?
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), por outro lado, defende que tem investido na segurança em Foz do Iguaçu. De acordo com a assessoria, a cidade é uma das que mais recebem operações policiais no Estado; a Sesp aponta que, somente este ano, 131 soldados formandos da PM foram deslocados para o município e que o concurso da Polícia Civil prevê efetivo para Foz. Além disso, R$ 12,8 milhões da Política de Desenvolvimento Econômico (PDE) do Estado devem ser investidos exclusivamente na segurança da cidade.