Fita poderá identificar autor de duplo assassinato

Estaria usando uniforme da Polícia Militar o assassino do professor de Biologia Sílvio Leciuk, 36 anos, e da irmã dele, Tatiana Leciuk, 21. Através de uma fita de vídeo gravada num posto de combustíveis, a Delegacia de Homicídios teve acesso à imagem do homem que saiu com o Monza do professor do edifício onde ocorreu o crime, na madrugada do dia 16.

A imagem foi gravada pelo circuito interno de um posto de combustíveis na Rua Jerônimo Durski, Campina do Siqueira, que fecha durante a madrugada. O carro de Silvio foi encontrado no pátio do estabelecimento pouco depois que os corpos foram localizados no interior do apartamento 108 do Condomínio Padre Anchieta, na rua de mesmo nome, no Bigorrilho.

A fita mostra o homem aparentemente nervoso, que parou o carro no posto às 3h01 do dia 16, e é visto algumas vezes saindo e voltando do enquadramento da filmagem. O desconhecido, que aparece pela última vez às 3h09, olha para a câmera em determinado momento. Ele vestia uma jaqueta preta, com um emblema na manga, calça cáqui e sapato marrom. “A jaqueta e a calça parecem as usadas pela PM, apesar do emblema não estar muito nítido. Só o sapato marrom é que está estranho”, disse o investigador Figueiredo, da DH, que acompanhou a reprodução da imagem.

O policial não tem dúvidas de que o veículo flagrado na fita é o Monza do professor. Um morador das redondezas viu o carro deixando o condomínio Padre Anchieta à 1h30, com as luzes apagadas e em alta velocidade. Dentro do Monza, foi localizada uma faca de cozinha, retirada do apartamento de Sílvio, além de três latas de cerveja e da carteira com documentos do professor. Uma outra faca, usada para matar as vítimas, estava dentro do vaso sanitário da moradia.

Paralelamente, a DH investiga a vida pessoal do professor em busca de novas pistas do assassino. Um ex-namorado dele, que rompera o relacionamento há quatro meses, foi ouvido oficialmente e negou qualquer envolvimento com o crime. Cerca de um mês antes de morrer, Sílvio passou a ser visto no prédio em que morava com um jovem surfista, que conhecera em Guaratuba. A identidade deste rapaz, que poderia fornecer outras informações, ainda não foi descoberta. A principal linha de investigação da polícia aponta para um crime passional relacionado ao professor – a irmã teria sido morta para não reconhecer o autor.

A esperança da DH é que alguém reconheça o homem visto dentro do posto, provável autor do duplo assassinato. “Uma testemunha viu o rosto da pessoa que saiu do prédio com o Monza. Veremos se ela confirma se é o mesmo homem da fita”, finalizou o investigador.

Missa

Os alunos e professores do Colégio Estadual Marechal Cândido Rondon, no bairro do Portão, participaram ontem pela manhã de uma missa em homenagem ao professor Sílvio Leciuk, assassinado junto com sua irmã, Tatiana. A missa aconteceu na paróquia do bairro, e foi uma iniciativa dos próprios alunos, que ainda estão chocados com o fato. A diretora do colégio, Maria de Fátima Junqueira Malucelli ressalta que foi a primeira vez que toda a classe estudantil se mobilizou em prol de uma única causa. “Foi uma surpresa para nós essa manifestação dos alunos. Isso demonstra que eles realmente ficaram sensibilizados pelo o que aconteceu com o professor”, disse. No colégio estudam 1.370 alunos em três turnos. O professor lecionava as disciplinas de Ciências e Biologia, e a irmã estudava Fisioterapia na UFPR.

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