Fim de semana com 18 homicídios na RMC

O fim de semana mostrou-se violento em Curitiba e nos municípios da Região Metropolitana, com o registro de 18 assassinatos da noite de sexta-feira até o início da noite de domingo.

Num período de 12 horas entre sexta e sábado, dez pessoas foram encontradas sem vida, vítimas de homicídios. Só em Colombo foram três assassinatos. Para piorar a situação, o Instituto Médico-Legal tinha somente um camburão para recolher cadáveres em toda a grande Curitiba (veículo emprestado de Londrina) e isso provocou muita demora no recolhimento dos corpos, para indignação de parentes e curiosos que acompanharam o trabalho da polícia. Em alguns casos, a demora no recolhimento do corpo chegou a dez horas, prejudicando principalmente o trabalho da Polícia Militar, cujas equipes são responsáveis pelo isolamento do local de morte e só podem sair quando o cadáver é retirado pelo camburão.

Mesmo com outras ocorrências para ser atendidas, os PMs tiveram que permanecer “velando” o cadáver, até que o IML providenciasse a remoção para o necrotério.

A primeira morte registrada foi a de Otoniel Ribeiro Matias, 16 anos. Ele caminhava para casa, pela rua Miguel Pedroso de Moraes, no Jardim Itaú, em Itaperuçu, depois de um dia de trabalho como servente de pedreiro, quando foi baleado por um homem que o aguardava dentro de um bar.

O crime aconteceu pouco antes das 18h30 de sexta-feira. Testemunhas viram quando o criminoso saiu do bar, atirou no adolescente e fugiu de bicicleta. Uma equipe do Siate chegou a ser acionada para socorrer Otoniel, mas policiais militares chegaram antes ao local e constataram que ele já estava morto. O garoto foi atingido por dois tiros na cabeça e dois no braço. Familiares do jovem estiveram no local, mas não souberam informar o motivo para o homicídio.

Faca

Pouco antes das 22h, o açougueiro Edson Fogaça, 42 anos, arrastou-se por cem metros em busca de socorro. Ele foi atingido por uma facada na barriga em frente ao portão de casa, na Rua Elvira Lorusso Nascimento, bairro Araçatuba, em Piraquara.

Ficou no asfalto um rastro de sangue entre a casa e o ponto em que ele tombou morto. Todos os dias, no mesmo horário, a mulher dele telefonava, avisando que estava perto de casa, e Edson ia a pé até o ponto de ônibus buscá-la.

Na noite do crime, ela ligou e ele não atendeu. Ela desceu do ônibus e logo foi informada por vizinhos de que ele estava morto.Não há indício de tentativa de roubo e a mulher não sabe o quê pode ter motivado o crime.

“Ela disse que ele não tinha inimigos e que não freqüentava bares. A casa não foi mexida nem os carros que estavam na garagem”, relatou o soldado Dranka, do 17.º Batalhão de Polícia Militar. Edson morava na região há oito meses e trabalhava em um mercado em Pinhais. A delegacia de Piraquara investiga o caso.

Mais violento

Colombo foi o município que mais violento do fim de semana. Três pessoas foram mortas em cerca de seis horas. A última vítima foi Joel de Lima, 36 anos, morto com uma facada no coração, na Rua Rio Madeira, no Jardim Esmeralda.

O crime pode ter sido motivado por uma briga de bar. Joel teria passado a madrugada bebendo e, na volta para casa, foi esfaqueado. Ele não tinha envolvimento com drogas nem passagem pela polícia.

Também na madrugada, dois homens foram baleados na Avenida Portugal, na Vila Guarani. Hamilton Juarez Burmann, conhecido como “China”, 35, e Marcos Furquim da Silva, 33, foram surpreendidos por indivíduos num Gol preto, que passaram atirando.

Hamilton morreu na hora e Marcos foi internado em estado grave, no Hospital Evangélico. A polícia suspeita que o crime tem relação com o tráfico, já que as vítimas eram usuárias de drogas.

No final da noite de sexta-feira, Marcos da Silva Pereira, 33, foi perseguido e assassinado a tiros, na Rua Alexandre Guebur, no Jardim Monza. Ainda não há informações so,bre motivo e autoria do homicídio. Com essas três mortes, Colombo soma 13 assassinatos em março, e 47 no ano. O município é disparado o mais violento da região metropolitana em 2011.