Fim de ano segue violento na Grande Curitiba

O clima de paz do espírito natalino de dezembro não foi capaz de conter o ímpeto dos criminosos. Mesmo com as cidades esvaziadas, por conta das férias, os assassinatos em Curitiba e região metropolitana mantiveram-se no ritmo dos meses anteriores. Foram 166 mortes violentas, mesma média registrada de agosto a novembro. Desde o início de agosto, quando a Tribuna deu início ao “mapa da violência”, 833 pessoas foram assassinadas na capital e municípios vizinhos, média de uma vítima fatal a cada quatro horas e 24 minutos.

Em dezembro, houve diminuição na quantidade de crimes em Curitiba e aumento na região metropolitana. O destaque negativo foi Piraquara, que vinha mantendo média de sete mortes por mês e contabilizou 14 vítimas. Em Curitiba, novamente a Cidade Industrial apareceu no topo da lista, desta vez seguida do Cajuru, que foi palco de nove assassinatos. Houve também boas notícias. O Tatuquara, por exemplo, um dos quatro bairros mais perigosos da capital, teve apenas um homicídio no mês passado.

Confrontos

Assim como em novembro, foram poucos casos de confronto armado entre policiais e suspeitos. Duas pessoas morreram em tiroteios com policiais, uma no centro de Curitiba e outra em Araucária. Em agosto, setembro e outubro, a média de mortos em trocas de tiros com policiais foi de 11 por mês. Coincidência ou não, o índice baixou depois que o Ministério Público passou a investigar os confrontos, que resultou inclusive na prisão de 12 policiais do 20.º BPM, no fim de outubro, acusados de executar cinco rapazes numa perseguição que terminou no Alto da Glória.

As vítimas da violência em dezembro tinham, em 73% dos casos, entre 16 e 35 anos. Apenas um adolescente menor de 16 anos foi assassinado. Os homens foram alvos dos marginais em 95% dos crimes e 71% das vítimas foram mortas a tiros.