Extorsão complica policial civil

Paulino Gonçalves, investigador de Maringá, está sendo apontado como o policial civil que fez a prisão e comandou a extorsão contra o assaltante e seqüestrador Ivan Rodrigues da Silva, o “Monstro”, líder da quadrilha que assassinou o prefeito Celso Daniel, de Santo André (SP), em janeiro deste ano. Ele poderá ter sua prisão preventiva solicitada pelo Ministério Público e também deverá ser afastado das funções por decisão do Conselho da Polícia Civil. Paulino e outros cinco policiais – Nilo Sérgio Antunes, João Edson Pinheiro, Antônio Rubens de Oliveira, Shirley da Silva Rodrigues e Robson dos Santos Guimarães – além de um advogado – Marcos Cristiano Costa da Silva -, foram denunciados pela extorsão. Porém com a prisão de “Monstro”, ocorrida na semana passada em São Paulo, surgiu um oitavo participante na trama, que pode ou não ser investigador.

“Nós temos o apelido deste oitavo indivíduo e existem duas pessoas que atendem por esta alcunha, uma é policial e a outra não. Vamos levar as fotos destas pessoas para que Ivan faça o reconhecimento”, informou ontem o corregedor da Polícia Civil, delegado Adauto Abreu de Oliveira, que na sexta-feira interrogou “Monstro” na capital paulista. “Ele confirmou tudo aquilo que já sabíamos e a única novidade foi o envolvimento de mais uma pessoa”, explicou o corregedor. Para libertar o assassino do prefeito, os policiais receberam R$ 10 mil em dinheiro, uma camioneta Ranger e uma casa no valor de R$ 17 mil. A camioneta e a casa foram transferidas para o nome de um parente do advogado, chamado pelo policial Paulino 20 minutos após a prisão.

Defesa

Para se defender o policial diz que “Monstro” usava nome falso e que não sabia que ele era o matador do prefeito. No entanto, registros de consultas na ficha criminal de Ivan, na noite em que foi preso, desmentem esta versão. De acordo com o seqüestrador homicida, os policiais sabiam muito bem quem ele era e o chamaram pelo nome desde o instante em que foi capturado. “Monstro” foi preso juntamente com um comparsa, Elcyd Oliveira Brito, conhecido por “Jhon”, que igualmente foi libertado e até hoje não mais localizado pela polícia.

Embora denunciados pelo Ministério Público, até agora a Polícia Civil não providenciou o afastamento de nenhum dos envolvidos das funções. Eles foram removidos da Subdivisão Policial de Maringá e relocados em delegacias de cidades próximas, onde continuam trabalhando normalmente.

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