O ex-presidiário Claiton Lourenço de Souza, o “Morcego”, 23 anos, não teve tempo de entregar o presente que comprou para o Dia dos Namorados. Na madrugada de ontem, ele levou 11 tiros e morreu na Vila Santa Clara, Campina da Barra, em Araucária. O corpo só foi encontrado por moradores no início da manhã.
A polícia acredita que a vítima conversava e bebia com amigos, na esquina da Rua Manacá com a Rua Lótus, quando chegaram dois marginais em uma motocicleta.
Eles atiraram no jovem, que correu e tentou pular o portão de uma casa, mas tombou na calçada. O motivo do crime ainda não foi apurado, mas a delegacia já tem nomes de suspeitos.
Atentado
Claiton morava com a família, a poucas quadras de onde foi morto. Estava em liberdade condicional há alguns meses, quando deixou a Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP). Antes disso, ficou quatro anos na cadeia por roubo de carro.
Tinha problemas com bebidas e drogas, mas familiares contaram que ultimamente Claiton estava se regenerando e frequentava o Alcoólicos Anônimos por determinação judicial. Mesmo assim, era ameaçado. Nos últimos dias, indivíduos em uma motocicleta preta passaram em frente à casa dele e efetuaram vários disparos.
A polícia suspeita que o veículo seja o mesmo que foi usado no assassinato. A perita Jussara, do Instituto de Criminalística, afirmou que Claiton levou 11 tiros, seis nas costas e cinco no peito. Cápsulas de pistola calibre 380 foram recolhidas pela perícia.
Pelúcia
Na quinta-feira, Claiton saiu com a irmã, Gisele Lourenço dos Santos, para comprar um presente para a nova namorada. “Ele comprou um coração de pelúcia, mas não teve tempo de entregá-lo”, lamentou.
No final da tarde, levou o pai para o trabalho e, depois que voltou, deixou o carro em casa e saiu sozinho, a pé. De acordo com a polícia, ele costumava passar as noites nas esquinas, bebendo e possivelmente consumindo drogas.