Ex-diretora do IAP obtém habeas corpus

Depois de quase um mês, a ex-diretora do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), em Ponta Grossa, Elma Romanó, deixou o Centro de Triagem, em Curitiba. O pedido de habeas corpus foi acatado ontem pelo desembargador Lídio Rotoli de Macedo, do Tribunal de Justiça do Paraná. A servidora responderá processo por formação de quadrilha e corrupção passiva – em liberdade. Ela teve a prisão decretada no dia 23 de outubro e cumprida durante a Operação Floresta Negra, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).

De acordo com o advogado dela, Dálio Zippin, quando a prisão foi anunciada, Elma estava internada no Hospital Angelina Caron, onde tratava uma crise nervosa. Segundo ele, a ex-diretora cumpriu cinco dias de prisão temporária e, em seguida, mesmo com o pedido de prisão preventiva, Elma continuou no Centro de Triagem. Antes do habeas corpus ser acatado ontem, Zippin já havia pedido a liberdade da cliente, o que foi indeferido.

Enquanto deixava a prisão, Romanó não quis conversar com os jornalistas. O pai da ex-diretora, Joaquim Adão de Lima, afirmou que ela falará assim que se recuperar. ?Elma está sem condições de falar. Como pai, quero dizer que ela esteve presa, mas tenho muito orgulho pelo currículo dela e pela defesa do meio ambiente. Ela é uma pessoa muito íntegra e nunca compactuou em nenhum processo de corrupção?. Segundo ele, Elma está muito emocionada e agora deve passar por uma avaliação médica. ?Ela precisa de repouso, de oito a dez dias. Ela deve ir para o hospital?, diz o pai. Lima não quis falar sobre as acusações contra a filha.

Operação

O alvo da Operação Floresta Negra era um esquema de autorizações irregulares para desmate na região dos Campos Gerais. Junto com o mandado de prisão de Elma, outros oito foram cumpridos. Eram madeireiros, proprietários rurais, funcionários do IAP e até policiais militares da Força Verde da região. Todos teriam participação no esquema. A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) divulgou na época que, além das nove prisões feitas no último dia 23 de outubro, pelo menos outras 19 pessoas foram detidas durante as investigações, quase todos proprietários rurais.

Na época, Zippin afirmou que teria sido a própria servidora a denunciar o esquema. Segundo o advogado, em 2004, ela teria constatado as irregularidades no escritório do IAP em Ponta Grossa e enviado as denúncias para o Ministério Público da cidade, Polícia Federal e Ouvidoria Geral do Estado, além de terem sido repassados à sede do IAP.

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