Estudantes protestam na rua

Um grupo de estudantes do Colégio Estadual Paulo Leminski promoveu uma manifestação, ontem pela manhã, para protestar contra a agressão de um aluno, ocorrida na quarta-feira, por um policial civil. Eles deixaram o pátio da escola e seguiram até o terminal de ônibus do Capão da Imbuia, onde pretendiam entrar para denunciar o fato. Eles também queriam chamar a atenção para a reivindicação do passe escolar gratuito para estudantes. Mas o grupo foi impedido de entrar no terminal por policiais militares. Na tarde de ontem o adolescente agredido foi ouvido na Vara da Infância e Juventude, pela juiza Maria Roseli Guiesman, que atua no caso.

A agressão ao adolescente, de 17 anos, aconteceu quando os alunos faziam um protesto, também pelo passe livre, nas proximidades da escola, no bairro Tarumã. O investigador Valdecir Teixeira, da Delegacia do Adolescente de Curitiba, passava pelo local com uma viatura descaracterizada, junto com uma estagiária e com a escrivã Vilma Mendonça, quando entrou em conflito com o estudante. O adolescente teria sido atropelado pelo policial no cruzamento entre as ruas Leopoldo Belczak e Nivaldo Braga, e revoltado, dado um murro no veículo. Depois de um bate-boca, Teixeira teria descido da Parati branca, placa AKB 8060, e desferido socos no menor. Para conter a confusão, Vilma sacou uma arma e em seguida o estudante foi algemado e levado para a delegacia. De acordo com a delegada da especializada, Selma Braga, o garoto agrediu o policial e por isso foi algemado e levado por ele. “O estudante agrediu o investigador sem saber que ele era policial, podendo desta forma, ter agredido qualquer cidadão. Teixeira apenas se defendeu do adolescente”, afirmou Selma.

Liberado

O adolescente foi liberado no final da tarde, garantindo que voltou a ser agredido dentro da delegacia. “Não acredito que ele tenha sido agredido aqui dentro, mas em todo o caso pedi para que ele fizesse o exame de lesão corporal. Caso a violência seja comprovada, medidas administrativas serão tomadas”, finalizou a delegada.

De acordo com o presidente do grêmio estudantil do Colégio Paulo Leminski, Jocimar Souza Reis, o fato foi presenciado por diversos alunos, que garantem que uma escrivã que também estava no carro, apontou uma arma para os manifestantes. “Foi um abuso de autoridade e agressão desnecessária ao nosso colega”, disse. Jocimar garantiu que o grupo de estudantes iria acompanhar o depoimento do adolescente na delegacia, que estava marcado para a tarde de ontem.

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