Cinco quilos e 600 gramas de maconha, escondidos dentro de casa, levaram à prisão o estudante universitário e webdesigner Alexandre Machado da Silva, 26 anos. O rapaz, conhecido como “Buga”, foi preso quinta-feira à noite por policiais da Delegacia Antitóxicos, que investigavam uma denúncia de tráfico.
Baseada nas informações anônimas que obteve, a Divisão de Narcóticos (Dinarc) fez campana perto da residência do suspeito, na Rua Coronel Joaquim Lacerda, Jardim das Américas, às 20h. Segundo a polícia, na casa havia intensa movimentação de pessoas, entre elas o dono de uma Parati branca, que foi abordado ao sair de lá. O rapaz tinha pequena quantidade de maconha nos bolsos, produto que teria sido entregue por “Buga”. No mesmo instante, chegou em um Santana escuro outro homem, magro, alto e de cabelos compridos, que também entrou na casa do suspeito.
A Dinarc, em seguida, “estourou” a residência e localizou os 5,6 quilos de maconha, além de algumas pedras de haxixe e artefatos para consumo da droga. “Buga” assumiu a posse do material e foi preso em flagrante. Dentro do Santana CAM-6043, de São Paulo, a polícia encontrou outros 700 gramas de maconha, mas o proprietário desapareceu.
O morador da casa, porém, negou que revendesse ou mesmo entregasse droga. “Buga” disse que a maconha e o haxixe serviriam para consumo próprio, e que a compra em grande quantidade barateia o preço. “Como trabalho em casa, fumo de 10 a 12 baggies (cigarros de maconha) por dia. E o movimento em casa são meus amigos e os membros da minha banda”, disse o rapaz, que é estudante de Química Industrial na PUCPR e vestia uma camiseta da roqueira norte-americana Janis Joplin ao ser preso. “Buga” mora com os pais -que, segundo ele, não sabiam do vício – e não tinha passagem pela polícia. A Dinarc investiga a possível ligação dele com traficantes de grande porte.
Criança era usada como “avião”
Pela terceira vez as drogas levaram à cadeia o artesão José Alexandre Arruda, 22 anos. Desta vez, porém, a situação é mais séria: além de complicar a amásia – Lhays Gomulski Jardim, 18 -, também detida pela PM, ele é acusado de utilizar um garoto de 9 anos como “avião” na entrega de drogas.
O tenente Antônio Ilton Alves, do 17.º Batalhão da PM, disse ter recebido uma denúncia anônima incriminando José. “Já tínhamos informações de que ele atuava no tráfico. A novidade agora é que estaria recrutando a criança para repassar a droga”, falou o oficial. No início da manhã de ontem, a polícia entrou na casa do suspeito, no bairro Bom Jesus, em Campo Largo, encontrou oito buchas de crack e cerca de 40 gramas de maconha e o prendeu em flagrante, junto com a amásia.
Usuário
José disse que é apenas usuário e confirmou aproveitar a boa vontade da criança, moradora da vizinhança, mas para outros fins. “Só peço para o garoto comprar pão e leite na mercearia. Que mal há nisso?”, indagou. O artesão já respondeu a um inquérito por tráfico e outro por porte de drogas, ambos na delegacia de Campo Largo.
Segundo o oficial, a amásia do acusado confessou atuar no comércio de drogas. Em entrevistas à imprensa, entretanto, ela repetiu a versão do vício do companheiro e disse que foi presa só por estar dentro da casa. A jovem não tinha passagem pela polícia.
De acordo com o tenente, o menino será interrogado com mais calma e poderá revelar se outras crianças estariam atuando no tráfico a mando do casal.