Comoção total

“Estamos em alerta”, diz capitão em velório de PM morto na RMC

Que as três mortes de policiais militares em uma semana e quatro no mês sirvam de alerta não só para a corporação, mas também para toda a população. Este foi o recado dado na manhã desta segunda-feira (25) pelo capitão Wagner Araújo, comandante do Giro da PM, Batalhão que pertencia o soldado Newton Bittencourt, morto em um assalto em Colombo, na região metropolitana de Curitiba.

“Nós estamos em alerta, porque quando morre um policial, não é só a polícia que sofre. É diretamente a população. E isso precisa ser cobrado por todas as pessoas de bem, porque alguma coisa muito grave está acontecendo”, disse o capitão.

O soldado Bittencourt, do Giro, não resistiu aos ferimentos.

O velório do soldado Bittencourt, como era conhecido, reuniu muitos colegas de farda, guardas municipais e policiais civis. Todos juntos para mostrar não só a comoção pela morte de um homem que lutava pela segurança pública, mas a indignação pelo que vem acontecendo.

O soldado foi baleado na madrugada de sábado (23), quando teve o carro levado por bandidos. Ele chegou a ser socorrido e morreu horas depois, no Hospital Evangélico, em Curitiba. O carro do policial foi recuperado, abandonado em uma rua de Colombo, próximo ao local onde o assalto aconteceu.

Newton Bittencourt tinha 29 anos e há 3 estava na Polícia Militar. Ele não tinha filhos e morava com a namorada. O corpo do policial deve ser cremado no final da manhã desta segunda, no centro de Curitiba.

“Estamos atentos e alertas”, diz comandante-geral da PM. Foto: Átila Alberti. 

Comando-geral

O comandante do Giro partiu do mesmo princípio que o comandante-geral da Polícia Militar, o coronel Maurício Tortato. Em nota, divulgada pela assessoria de imprensa, o comandante-geral afirma que é um momento de dor, em que todos os policiais sangram, mas que é preciso ter atenção.

“Infelizmente, em poucos dias, por motivos diversos e circunstâncias absolutamente desconexas, companheiros de luta foram feridos ou perderam a vida. Estamos todos atentos e alertas. Em luto pelos que se foram, mas velando pelos que ficam”. 

Segundo o coronel, não há indícios de ligação entre os assassinatos e nem de que seja obra de facções criminosas e afirma que os crimes aconteceram em contextos de criminalidades vividos por toda a sociedade e que, neste momento, também atingiram os integrantes da corporação. Sobre os quatro assassinatos de policiais em um mês, o comandante-geral disse que todas as versões que circulam nas redes de mídias sociais estão sendo apuradas pela PM e pela Polícia Civil com cautela e responsabilidade.