Dupla condenada por morte de policial

Num julgamento que durou dez horas, ocorrido na última terça-feira, no Tribunal do Júri da Curitiba, Carlos Staveski e Denilton Paulo de Oliveira Lara foram condenados a sete anos de prisão pela morte do policial militar José Carlos Villas Boas. Ele foi morto em 25 de fevereiro de 2000, durante uma fuga de detentos do Presídio do Ahu.

Vanderlei Just, outro fugitivo, já havia sido condenado pela morte do policial, em 2002, a uma pena de oito anos e quatro meses de prisão. No mesmo ano, outro presidiário, Alcir Alves dos Santos, que teria se aproveitado da situação, foi absolvido. Outros fugitivos ainda serão julgados pelos mesmos fatos.

Carlos e Denilton estavam presos há vários anos, por outros crimes a que respondiam.

Daniel e Borelli

Na época da fuga, Carlos e Denilton cumpriam pena no Presídio do Ahu por crimes de roubo. Segundo a Promotoria de Justiça, a fuga teria sido planejada para beneficiar Daniel Canônico, preso de São Paulo, também condenado por roubo, e que faria parte do grupo de Marcelo Borelli. Morto recentemente, Borelli foi acusado do roubo de 61 quilos de ouro de um avião em Brasília, em julho de 2000. Um mês depois, também foi acusado de ter roubado malotes bancários com cerca de R$ 5,5 milhões de outro avião, em Foz do Iguaçu. Ele acabou sendo condenado a 22 anos de prisão, por agredir uma menina de três anos, tendo inclusive filmado a tortura. As imagens, divulgadas em outubro de 2000, chocaram o País. Borelli morreu em 11 de janeiro deste ano, vítima de aids, no Complexo Médico Penal (CMP), em Piraquara.

Segundo o processo analisado pelo Tribunal do Júri, na terça-feira, na fuga, Vanderlei Just, armado com uma pistola obtida por Daniel Canônico, e auxiliado por Carlos Staveski e outro presidiário, armados com tesoura de cortar grama e um estoque, teriam rendido agentes penitenciários e o motorista de um caminhão de lixo que fazia a coleta nas dependências do presídio. Daniel estaria numa das celas, já com as grades serradas, com outros detentos, entre eles Denilton, munidos de outra pistola. Tomado o veículo, os detentos teriam saído das celas, atirando, enquanto corriam para o caminhão de lixo, conduzidos pelos fugitivos. A Polícia Militar que fazia a guarda do presídio revidou os tiros, tentando impedir a fuga, e o soldado Villas Boas acabou morto com um tiro no peito. (MPE)

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