Depois da quebradeira, polícia vai a Itaperuçu

Após a quebradeira que a população de Itaperuçu realizou na noite de segunda-feira, motivada pelo assassinato de um comerciante – destruindo o destacamento da Polícia Militar, salas da Prefeitura e a delegacia de Polícia Civil que estava desativada -, ontem foi reforçado o policiamento na cidade. Segundo a assessoria da PM, Itaperuçu fez parte da operação “Natal Mãos Limpas”, idealizada pelo governo do Estado e que tem como objetivo a realização de blitze para combater a criminalidade, revistando bares e locais onde há grande aglomeração de pessoas. À noite estava marcada a realização de trabalho preventivo por parte da patrulha escolar em diversos estabelecimentos de ensino do município. Conforme a assessoria, “é um trabalho de orientação realizado em conjunto pela PM e diretores de escolas”.

Nas próximas semanas, a delegacia local – após passar por reformas devido aos atos de vandalismo – deverá ser assumida por um sargento da PM, conforme determina o decreto do governador Roberto Requião, que extinguiu o chamado “delegado calça-curta”. A delegacia de Itaperuçu estava desativada há cerca de dois anosd e todas as ocorrências eram atendidas pela delegacia da cidade vizinha, Rio Branco do Sul. Segundo a assessoria do Governo, está programado um reforço no quadro policial no início de 2004 nos municípios da região metropolitana de Curitiba.

Ouvidos

Ontem, por volta do meio-dia, os adolescentes acusados de ter matado com dois tiros o comerciante Luiz Motim, 56 anos, dentro da lanchonete dele, foram ouvidos na delegacia de Itaperuçu e depois retornaram para a Delegacia do Adolescente (Curitiba). Devido a revolta da população no dia do crime, os menores receberam uma forte escolta policial.

O comerciante Luiz Motim estava fechando as portas de sua lanchonete quando foi surpreendido pelos marginais com uma arma em punho. Ao tentar defender sua esposa, que era mantida como refém, o comerciante recebeu dois balaços no peito e morreu no local.

Esse fato desencadeou a revolta da população. Cerca de 500 pessoas se alvoroçaram e começaram a quebradeira. (CB)

Vandalismo de cunho político?

A polícia desconfia que o quebra-quebra nos três prédio púbicos de Itaperuçu teve motivação política. O inquérito policial para apurara responsabilidades foi instarurado ontem pelo delegado Agenor Salgado Filho, da Divisão de Polícia Metropolitana. A ordem foi do secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, que determinou “absoluto rigor na investigação”.

O inquérito vai apurar se houve incitação à prática criminosa e à perturbação da tranqüilidade e do sossego alheio. “Temos suspeitas e fortes indícios de que a manifestação teve conotação política. Por isso, estamos investigando”, justificou Delazari, que recomendou ao delegado Salgado a análise sobre pedidos de prisão preventiva de alguns suspeitos. “Outro fato estranho é que a baderna só começou após a chegada da equipe de televisão”, afirmou Delazari. O delegado Salgado já requisitou uma cópia da fita à Rede Paranaense de Comunicação (RPC) com as imagens da baderna.

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