Depois da mãe, polícia prende padrasto assassino

O vendedor autônomo Élcio Ademar Barbosa, 31 anos, acusado de bater na enteada, de 2 anos de idade, até matá-la, em outubro de 1998, foi preso quinta-feira à noite pela Delegacia de Homicídios. Ele era amásio da mãe legítima de Poliana Justus, Silvia Ribeiro, 30 anos, detida desde quarta-feira. Os dois trocam acusações mútuas, mas para a polícia ambos agrediam sistematicamente a menina e provocaram a sua morte.

Enquanto o casal discutia, o delegado titular Stélio Machado reafirmava que ambos agrediram a menina várias vezes, de acordo com testemunhas e vizinhos ouvidos na época. “A garota passava por todo tipo de constrangimento. Houve inclusive sinal de violência sexual”, disse o delegado, apontando Elcio como suspeito de molestá-la. O vendedor nega também esta acusação.

Ganância

De acordo com o delegado – que era adjunto da Homicídios e presidiu o inquérito na época do crime -, o casal descontou na menina a frustração por não ter obtido vantagem financeira com ela. Ao nascer, Poliana foi entregue por Sílvia ao rico empresário Sarion Justus, que morreu dois anos depois. O casal conseguiu reaver na Justiça a guarda da criança, imaginando poder se beneficiar da herança do empresário. Mas Sarion, que gastou grande parte das economias em seu tratamento de saúde, não incluiu Poliana entre os herdeiros.

Espancamento

Poliana foi espancada na Rua dos Meninos, Cidade Industrial, e levada por vizinhos à unidade de saúde da Fazendinha, onde morreu. Sílvia relatou que a criança foi vítima de uma queda, mas o laudo de necropsia do IML apontou morte por espancamento. Desde então a mulher era procurada, até ser detida anteontem. O ex-amásio era apontado como co-autor e foi localizado depois da prisão de Sílvia, que alega não ter denunciado o caso à polícia antes, por sofrer ameaças de Élcio. “Tanto não devo nada que fui ao enterro da criança”, defendeu-se Elcio, que reponde a um inquérito por homicídio. Segundo ele, foi um bandido que tentou invadir a sua casa.

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