Delegado exorcisa travesti na delegacia

Uma sessão de “exorcismo” aconteceu no prédio da Delegacia de Homicídios, no final da tarde de ontem. Acompanhado por um grupo de religiosos, o delegado Stélio Machado – titular da especializada -, realizou a libertação do travesti “Tainá” de seus demônios ou, como os religiosos preferem dizer, afastou a negatividade do corpo dele. A partir daquele momento, o travesti deixou de existir e Fábio Rossano Delae Beguetto, 23 anos, renasceu, assumindo definitivamente a personalidade masculina. Segundo o delegado, o mais importante em toda a história da conversão foi que Fábio está se libertando do vício das drogas, apontado como “o principal mal da sociedade, atualmente”.

“Tainá” – um travesti loiro, de cabelos tingidos de loiro e fartos seios siliconados – foi preso por policiais da DH na última terça-feira, juntamente com Claudete da Luz, 32, em um hotel, na região central de Curitiba. Com eles foram apreendidas 13 pedras de crack, que estavam escondidas dentro de um vibrador.

Após a prisão, Stélio teve várias conversas com o travesti e a mãe dele, Tereza. “Pude pressentir que poderia fazer alguma coisa para esse rapaz. A mãe dele, por acreditar em Cristo, pediu um socorro espiritual e decidi ajudá-los”, contou Stélio. Conforme o delegado, “Tainá” nunca existiu. “Existia apenas um rapaz viciado e que chegou ao fundo do poço”, afirmou o policial.

Fábio contou que tomou a decisão de mudar de vida após assistir a uma peça evangélica, denominada “Filho Pródigo”.

Conversão

Na tarde de ontem, o grupo de religiosos, acompanhado pelo delegado e pela mãe do rapaz, desceu até a cela onde Fábio está recolhido e lá oraram. Depois de uma hora, quando reapareceu diante da imprensa, que esperava por uma coletiva na sala do delegado, Fábio era a transformação em pessoa. Estava com os cabelos curtos, as unhas sem esmalte e cortadas e vestido com roupas masculinas.

“Assisti à peça e depois eles (os religiosos) me explicaram que o tipo de vida que eu levava não valia a pena. Por isso resolvi mudar”. Voltar a ser homem mesmo só com o tempo. Vai ser uma mudança gradual”, garantiu.

Sobre a “conversão”, Fábio disse que acreditava que agia daquele modo porque havia uma força negativa dentro dele. “Acredito que posso dar um novo rumo em minha vida”, afirmou. A mãe dele, Tereza, praticamente não acreditava no que via e afirmou que nunca perdera a fé em ver seu filho “recuperado”. Aos 14 anos Fábio saiu de casa e começou a se envolver no mundo das drogas. Começou a se prostituir para a compra de entorpecentes. Ele continua preso e responde pelo crime de tráfico de drogas.

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